Bebê prematuro é encontrado morto em lixo de rua

Costa Norte
Publicado em 13/04/2012, às 15h25 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h38

FacebookTwitterWhatsApp
Costa Norte
Costa Norte

Por Eliana Cirqueira

Um bebê recém-nascido, do sexo masculino, de aproximadamente sete meses, foi encontrado morto, abandonado numa caixa de papelão, numa rua da região central de Bertioga, nesta segunda-feira (09). Quem localizou a criança foi um catador de latinhas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. De acordo com testemunhas, o bebê apresentava sinais de parto recente, com a presença da placenta. Ele foi encontrado enrolado numa manta, dentro de uma sacola e numa caixa de papelão. O delegado José Aparecido Cardia informou que o bebê apresentava sinais de parto provocado e que a mãe deve ser moradora da cidade.

Entre os sacos O vizinho Carlos da Silva disse ter presenciado o momento em que o catador de latinhas Edson Bispo, de 41 anos, encontrou o bebê entre sacos e lixos deixados na calçada da rua Afonso Pena, no Parque Estoril. “Quando me aproximei tinha um recém-nascido, com placenta. Ele estava enrolado numa manta rosa. Acredito que foi colocado aqui ontem [08], porque quando eu estacionei o carro em frente ao local, havia um cachorro em volta. Buzinei para o cão sair. A gente nem pensa em ver o que há no lixo”, comentou.

Lixeiro ia levar Já o catador de latinhas Araújo contou que tinha dois sacos de lixos em cima da caixa onde a criança foi encontrada. “Quando eu tirei os sacos tinha uma toalha toda suja de sangue, eu puxei a toalha e vi a cabeça do bebê. Minha vista escureceu, quase cai, larguei o saco de latinhas no chão. E sai pela rua procurando alguém para me ajudar. Encontrei uma senhora, que foi comigo e verificou que a criança estava morta. Então chamamos a polícia”, detalhou. “Nunca vi uma cena daquelas. Do jeito que estava enrolado, o lixeiro ia levar sem ver o que havia. Acho que Deus me enviou para ver que ali havia um ser humano”, concluiu.

Investigação “Tudo indica que foi um aborto provocado, não espontâneo. Nós estamos dependendo de exames do laboratório do IC [Instituto de Criminalística], que vai apurar a existência de medicamentos que são usados para provocar aborto”, afirmou o delegado. Cardia ainda explicou que a polícia está investigando o caso junto à Saúde Pública. “Nós temos que pesquisar cerca de 200 exames pré-natais [realizados em Bertioga] e trabalhar com a possibilidade dessa mãe nem ter feito esses exames, o que torna mais difícil localizá-la. Parte do produto biológico da criança foi preservado para fins de confronto de DNA, para que a polícia consiga chegar ao autor dessa barbaridade”, completou.

Ajuda da população O delegado acredita que a mãe seja moradora da cidade e, por esse motivo, pede que a população esteja atenta às gestantes que tiveram gravidez interrompida recentemente e sem as devidas explicações. “Pedimos para toda a comunidade que ajude a polícia, porque nós estamos checando os dados junto ao Poder Público”, ressaltou. O delegado ainda disse que a pessoa que fez esse parto de forma inadequada pode estar precisando de cuidados médicos e correndo risco de morte, por causa de alguma complicação pós-parto.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!