Por Antonio Pereira
Maior número de veículos e falta de fiscalização justificam os númerosQuem voltar a Bertioga alguns anos após a última visita, certamente ficará surpreendido. A cidade, hoje com população estimada em 50 mil habitantes, começa a ter problemas típicos de cidades de médio e grande porte. O primeiro e mais perceptível deles é o trânsito. Atualmente, cerca de 20 mil veículos por dia disputam espaço pelas principais avenidas (e que não são muitas). Em determinados horários, em especial entre as 12 e 13h, e as 17 e 18h, sair do Centro em direção ao bairro Albatroz, de carro, um trecho de cerca de três quilômetros de distância, chega a demorar até 20 minutos; sem contar os sustos, provocados pelos motoristas inábeis. De acordo com dados da prefeitura de Bertioga, o número de veículos emplacados na cidade, de 6.150 em 2004, passou para 18.716, até dezembro de 2013. E os números não param por aí; no último ano, os radares e fiscais de trânsito computaram um total de 43.833 autuações, a maioria delas relacionada a excesso de velocidade; não uso de cinto de segurança; e estacionamento em local proibido. Apesar das multas, bastam alguns minutos de observação no movimento de veículos em locais mais movimentados da cidade, como por exemplo, próximo às agências bancárias do Bradesco e do Banco do Brasil, no antigo loteamento Jardim Paulista, para ver que o comportamento dos motoristas segue displicente. Para o diretor de Trânsito Nelson Jorge de Castro, a função da diretoria não é apenas multar, mas orientar e conscientizar os motoristas. “Hoje, temos cinco profissionais trabalhando como fiscais de trânsito (um deles no trecho citado), mas acredito que ainda este ano contrataremos outros 40 agentes. Com isso, poderemos ordenar o trânsito nas saídas de escolas e em alguns cruzamentos”, afirmou. O diretor também se mostrou preocupado com a atuação dos chamados ‘olhadores’ de carro, e lembrou o projeto de zona azul definitiva, pelo qual três mil vagas de estacionamento seriam criadas para atender os condutores, mas que ainda não virou realidade. Nelson diz: “Nós não criamos nada. Esse projeto já era previsto em lei dentro do município, sendo uma forma de disciplinar o uso do espaço público, e acredito que, em 90 dias, já teremos este trabalho em vigor”. O preço do talão de estacionamento será de R$ 2,00 a hora e R$ 5,00 para três horas.
Confusão de sentidos Outro trecho conturbado, que é alvo constante de reclamações dos motoristas, é o cruzamento entre as avenidas Anchieta, Vicente de Carvalho e avenida Henrique Costábile (antiga avenida dos Coqueiros), próximo ao antigo atracadouro de balsas, na região central. O local também deve sofrer intervenções do poder público, porém o diretor não soube precisar uma data para a colocação de semáforo, rotatória ou fiscal. No local, o motorista, procedente de qualquer uma das três avenidas, conta com três opções de direção. Quem vem da Anchieta sentido Centro, pode virar à esquerda tanto para o retorno da Anchieta ou para seguir sentido avenida Vicente de Carvalho (que leva à praia); já à direita, segue para a avenida Henrique Costábile (sentido ao novo atracadouro da balsa). Nesta mesma confluência vêm motoristas da avenida Henrique Costábile (tanto sentido da av. Anchieta, quanto para a Vicente de Carvalho), ou da avenida Vicente de Carvalho, também nos dois sentidos: avenida Anchieta ou avenida Henrique Costábile. É um confusão só, sem que haja sinalização eficiente.
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