As ações do 3º quadrimestre de 2016, na área financeira do município, foram apresentadas na Câmara Municipal, na quinta-feira, 23. O secretário de Administração e Finanças Roberto Cassiano Guedes levou as receitas e despesas da pasta e também justificou a dívida de R$ 59,1 milhões da prefeitura durante o período.
Segundo Guedes, metade das despesas correspondem a dívidas com o instituto de previdência (Bertprev), INSS, Pasep, precatórios, além de dívidas com a Elektro. O restante equivale a investimentos em infraestrutura, como o projeto Saneamento Para Todos, com a despesa de R$ 20 milhões, e o Pró-Transporte. "Até o momento, o Pró-Transporte, possui financiamento de R$ 19 milhões, correspondendo a 32% da dívida".
O secretário ressaltou que o balanço apresenta apenas os números e a situação financeira do município. " Não vou discutir a qualidade do gasto e, sim, mostrar que o gasto foi feito. O fato é que a dívida cresceu. As pessoas contraem dívidas porque querem antecipar o benefício. Não podemos deixar de considerar o quanto custa essa dívida. Isso interfere muito na possibilidade de novos investimentos na cidade".
A audiência foi presidida pelo vereador Arnaldo de Oliveira Júnior (PV) e acompanhada pelo vereador Eduardo Pereira (SD), que discordou das colocações de Guedes. "Vocês estão com o município mais sadio, financeiramente, da Baixada Santista. Vocês estão criando uma dívida, não sei por quê".
O ex-vereador Ivan de Carvalho também participou da audiência e afirmou que o prefeito Caio Matheus tinha conhecimento das dificuldades financeiras do município quando se candidatou. "Na eleição, eu escutei gente falar que dinheiro não era problema, o problema era a gestão. Em junho, todos estiveram em audiência pública, que apontava problemas de orçamento para 2017. O governo herda receitas e dívidas, não dá para zerar um governo e iniciar outro".
Educação
Ivan, que foi secretário de Educação na gestão anterior, também questionou um documento distribuído aos coordenadores da pasta pela secretária de Educação Rossana Aguilera. O comunicado afirma que 'um levantamento mais apurado desvelou uma situação ainda mais grave. Na Secretaria de Educação, o déficit é da ordem de R$13 milhões'. "Não se pode soltar um papel desses e nem pode dizer que a dívida é de 60 milhões", disse Ivan.
Marina Aguiar
Foto: JCN
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