Causada pela junção de partículas de poluição e de queimadas, que provocam problemas respiratórios, a chuva negra tem potencial de poluir rios e mananciais.
O fenômeno da "chuva negra" é resultado da chegada da fumaça de queimadas, como a do Pantanal, que se junta à alta carga de poluição atmosférica produzida na cidade.
Segundo pesquisadores, embora o acúmulo de material particulado no ar aumente riscos para saúde e possa provocar problemas respiratórios, a chuva, em si, tem maior potencial de poluir rios e mananciais. Sem grandes impactos para pessoas, casas ou veículos.
O termo "chuva negra" foi muito usado em 2020, principalmente no segundo semestre, entre julho e outubro, quando foram identificados milhares de focos de incêndio no Pantanal.
Estima-se que, em 2020, mais de 4 milhões de hectares do Pantanal foram afetados pelas queimadas, o equivalente a 444 campos de futebol (444 hectares de vegetação por hora), segundo levantamento divulgado esta terça-feira (22) pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ.
Os incêndios lançam à atmosfera fuligem e material particulado, que são partículas muito finas de sólidos ou líquidos que ficam suspensas no ar, além de gases como monóxido (CO) e dióxido de carbono (CO2). As correntes aéreas, no entanto, arrastam a fumaça desde os focos da queimada.
O especialista Eduardo Landulfo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen-Cnen), explica que a "chuva negra" pode se formar por duas situações.
A primeira é quando a carga se encontra com uma nuvem de chuva, os materiais se agregam e há precipitação.
Já a segunda acontece quando a "pluma de fumaça" se forma abaixo da nuvem. "Se chover, a água capta essa sujeira e aí transforma na ‘chuva negra’."
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