O deputado federal e representante do MBL defende a redução de impostos sobre games e maior incentivo para a indústria, que pode gerar mais empregos para o Brasil
O deputado federal e representante do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri esteve em Bertioga, litoral de São Paulo, nesta sexta-feira (29) para participar do programa Café da Manhã, da TV Cultura Litoral. Um dos assuntos levantados para o parlamentar foi relacionado à indústria de games. Kim respondeu: “Tem um potencial gigantesco para gerar mais empregos”.
A resposta do deputado se deu após um questionamento feito por um dos internautas sobre o alto imposto taxado sobre os jogos eletrônicos.
➥ 𝗦𝗶𝗴𝗮 𝗼 𝗖𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗡𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗲𝗺 𝘁𝗼𝗱𝗮𝘀 𝗮𝘀 𝗽𝗹𝗮𝘁𝗮𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝘀: Portal Costa Norte | Linktree
“Às vezes o pessoal acha que é brincadeira. Eles pensam: é joguinho, isso incita a violência. Esse pensamento é bobagem. Videogame é coisa muito séria. Hoje a indústria de games é superior do que a de cinema e música somadas. Se você juntar eles [cinema e música] não dá o que a indústria de games representa”, declarou o parlamentar.
Em estudo realizado pela empresa TechNET Immersive em fevereiro de 2021, foi constatado que a indústria de jogos sozinha está avaliada em pouco mais de U$ 163,1 bilhões. Responsável por mais da metade do valor total da indústria de entretenimento. Conforme dados da pesquisa, existem 2,5 bilhões de jogadores em todo o mundo, a China fica em primeiro lugar no ranking.
De acordo com relatório da empresa Newzoo, o setor de games no mundo cresce, em média, 10% ao ano. E para a América Latina a previsão é de faturamento anual de US$ 8 bilhões para o setor até 2023.
Apesar de dados promissores, Kim destaca a falta de incentivo do Brasil em fomentar o desenvolvimento de profissionais para a área de jogos eletrônicos: “A gente tem muitas mentes criativas, iniciativas de ensinar programação em favelas e comunidades, e muitas mentes que saem daqui e vão trabalhar fora, nos Estados Unidos, Austrália entre outros países, porque você não tem aqui [no Brasil] um bom ambiente de negócios para esse setor”, comentou o deputado.
Com o objetivo de incentivar esses profissionais, o deputado Kim Kataguiri desenvolveu o projeto Marco Legal dos Games. “O projeto define como jogo eletrônico softwares executáveis em microcomputadores ou consoles dedicados em que o usuário controla a ação e interage com a interface [jogo]. A proposta exclui expressamente da definição máquinas de caça-níquel ou outros jogos de azar semelhantes”, declarou o parlamentar em artigo publicado em janeiro desse ano no portal da Câmara dos Deputados.
O projeto também prevê a livre fabricação, importação, comercialização e desenvolvimento de jogos eletrônicos no Brasil, devendo o Estado brasileiro apoiar a formação de recursos humanos para a indústria de games.
Jogos na educação e saúde
Em novembro de 2020, o Ministério da Educação (MEC) lançou um jogo virtual chamado Graphogame para ajudar pais e professores na alfabetização das crianças, um passo dado pela pasta para contornar os problemas educacionais causados pela pandemia da covid-19.
O Graphogame ainda está disponível para ser baixado gratuitamente e utilizado pelos professores em sala de aula ou pelos pais no ensino em casa. Não é necessário conexão constante com a internet.
“O Marco Legal dos Games também permite com que os jogos eletrônicos sejam mais utilizados em escolas, como incentivo e estudo de várias disciplinas”, comentou Kim.
Já relacionado à saúde, o membro do MBL afirmou: “Conheci vários equipamentos que utilizavam os games para reabilitar os deficientes físicos, e também auxiliar aqueles pacientes que tenham dificuldades cognitivas”.
Em Santos, litoral paulista, a prefeitura inaugurou o Programa Cérebro Ativo que usará games para estimular a memória de idosos. A iniciativa é destinada a pessoas com mais de 60 anos e tem 45 vagas gratuitas. Para se inscrever basta clicar neste link.
Leita também: Santos inscreve idosos em programa que usa games para estimular a memória
Comentários