CIDADES DA BAIXADA SOFREM

"Despejam moradores de rua em São Vicente”, afirma prefeito

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a população de rua de São Vicente aumentou em 40%

Da redação
Publicado em 13/05/2022, às 13h38 - Atualizado às 13h53

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Costa Norte
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De acordo com informações da gestão municipal de São Vicente, desde março de 2020, início da pandemia, a população de rua na cidade aumentou 40%. O número de moradores em situação de rua que não permanecem longos períodos na mesma cidade aumentou ainda mais, chegando a 60%.

Atualmente, a cidade conta com aproximadamente 70 pessoas acolhidas, cerca de 130 em situação de rua e uma média de 150 “trecheiros”.

Em entrevista para o programa Café da Manhã, da TV Cultura Litoral, o prefeito Kayo Amado comentou a respeito do aumento dos números de população de rua e criticou municípios da região: “Muitos municípios usam como política de assistência social pegar os moradores de rua colocar numa van e jogar para outras cidades”. Ele complementa: “temos casos de pessoas em situação de rua que foram jogadas em São Vicente para que a gente [prefeitura] tenha que cuidar”.

Segundo o chefe do executivo municipal, São Vicente será mais firme nesta questão e começará a autuar e criminalizar municípios que fazem este tipo de política. “Vamos começar a dar ordem e controle na cidade”, declarou Kayo Amado.

Mais segurança para São Vicente

São Vicente deu início a instalação de totens de segurança, equipamentos que possuem quatro metros de altura e câmeras com visão 360º que serão integradas ao Centro de Controle Operacional (CCO), botão de pânico em que pessoas podem acionar e falar em tempo real com agentes da base da Guarda Civil Municipal (GCM), sinal sonoro de alerta de ocorrência, leitor de placas inteligente para controlar os acessos de carros clandestinos evitando descarte irregular e abandono de pessoas em situação de rua. O projeto da Prefeitura integra o programa "São Vicente Mais Segura”.

Além da implementação dos totens, a prefeitura também irá trazer armas para os Guardas Civis Municipais. “A Guarda de São Vicente sempre foi deixada de lado. Essa é a verdade. Sempre se pede a Guarda para tudo, mas nunca se deu a estrutura necessária. Então estamos buscando fazer um trabalho de dar estrutura, condições, equipamentos e monitoramento para que possa ter esse braço do município para que possa trabalhar melhor as questões de segurança, em conjunto com a Polícia Militar e outras autoridades”, declarou Kayo Amado.

O prefeito explica que foi realizado uma parceria com a Polícia Federal para que a GCM de São Vicente pudesse ganhar as armas. Kayo também destacou a importância na preparação psicológica dos Guardas: “Vamos trabalhar uma formação [educacional] e psicotécnico, para que possa se ter então a Guarda devidamente armada”. Ele complementa: “Muitos guardas estavam com uma arma própria trabalhando, por uma decisão judicial que lhes permitiram isso. Mas entendemos que é papel do município lhes fornecer essa ferramenta de trabalho”.

Posicionamento de Bertioga: 

A Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda de Bertioga informa que no período de janeiro a abril de 2021 houve um total de 981 abordagens realizadas pela equipe de abordagem social e 379 pessoas acolhidas no serviço de Casa de Passagem.

Em 2022, no mesmo período, houve aumento desses números, passando para 2740 abordagens e 415 acolhimentos na Casa de Passagem.

A pasta destaca que o Município mantém diariamente os serviços de abordagem, o atendimento no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e na Casa de Passagem.

Posicionamento de Santos: 

De acordo com o último censo desenvolvido em 2019 pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Baixada Santista, o Município tem 868 pessoas em situação de rua acima de 18 anos, sendo 761 vivendo nas ruas, a maioria na Região Central, orla e Porto/Macuco, e 107 nos serviços municipais de acolhimento. Os dados constam em relatório em apresentado em dezembro de 2020.

Santos conta com uma coordenadoria específica para a gestão dos serviços voltados a essas pessoas, a Coordenação de Atenção Social à População em Situação de Rua (COPROS-POP).

Por meio desta Coordenadoria, a Seds realiza o serviço de abordagem social, onde as equipes atuam em locais de maior concentração de pessoas em situação de rua e buscam construir vínculos de confiança, assim como orientar e ofertar encaminhamento aos demais serviços da rede.

Grande parte dos encaminhamentos é direcionada ao Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, que funciona no Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP), com oferta de banho, lanche, atendimento com assistentes sociais e psicólogos, oficinas, grupos e atividades diversas, dentre outros serviços e encaminhamentos. O serviço funciona de segunda a sexta e durante os finais de semana.  A equipe pode ser acionada através do telefone 153.   

Atualmente, Santos conta com cinco serviços de acolhimento institucional voltados a esse público, sendo eles a Seacolhe-AIF, Albergue Noturno, Casa Êxodo, Seabrigo-AIF e Casa das Anas.

Além disso, o Município oferta os seguintes serviços: 
Recâmbio Qualificado: Realiza o recâmbio qualificado para a cidade de origem daqueles que manifestam desejo em retornar. A oferta é feita na perspectiva da saída da condição de rua, através do retorno à família e comunidade.

Consultório na rua: O Consultório na Rua foi instituído pela Política Nacional de Atenção Básica, em 2011, e visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, ofertando, atenção integral à saúde desse grupo que se encontra em condição de vulnerabilidade extrema.


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