NÃO DESISTA

Setembro amarelo: games feitos para refletir sobre a vida

Conheça jogos eletrônicos que ultrapassam a linha da simples definição de entretenimento e abordam assuntos delicados de formas únicas e competentes

Da redação
Publicado em 22/09/2021, às 12h22 - Atualizado às 12h54

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Imagem Setembro amarelo: games feitos para refletir sobre a vida

Os games muitas vezes possuem um papel muito além do entretenimento. A reflexão sobre a vida pode estar presente nas entrelinhas de um roteiro que aparentemente pareça simples e sem pretensões.

A depressão, ansiedade ou estresse pós traumático são temas difíceis de se abordar em um produto áudio visual, mas, não impossível. Confira algumas obras da décima arte que falam sobre esses assuntos.

Saúde mental representada de uma forma bem humorada

Psychonauts 2, jogo lançado em agosto de 2021. (Reprodução/Internet)

Este é o jogo mais recente da lista. Lançado em 25 de agosto deste ano, Psychonauts 2 consegue tratar de assuntos delicados de uma forma humorística e sem errar a mão na sensibilidade.

Conhecido por sua criatividade, Tim Schafer é a mente por trás dos clássicos Grim Fandango, Full Throttle e Brütal Legend, além, claro, do primeiro Psychonauts.

Dezesseis anos após o primeiro game, em Psychonauts 2 você dá continuidade à jornada de Razputin Aquato, uma criança que descobre possuir poderes psíquicos, o que inclui a capacidade de entrar nas sombrias e misteriosas mentes dos seres humanos.

E é por meio desta habilidade que a franquia Psychonauts apresenta de forma bem humorada os diversos lados da mente humana. São nestes cenários psicodélicos que você conhece um pouco mais dos traumas vividos pelos personagens.

Como é viver na mente de uma pessoa com esquizofrenia?

Hellblade: Senua's Sacrifice, jogo lançado originalmente em 2017. (Reprodução/Internet)

É difícil imaginar como uma pessoa com esquizofrenia enxerga o mundo, não é? Mas como citei no início deste artigo, nada é impossível no mundo digital.

Em Hellblade: Senua’s Sacrifice você conhece uma garota delicada, simpática e corajosa, que possui um objetivo que, para nós, é inimaginável: salvar a alma de seu amado e o trazer de volta à vida.

Como está no título do jogo, “O Sacrífico de Senua”, a nossa heroína, Senua, terá que realizar sacrifícios e tomar decisões difíceis para enfrentar o seu passado e vencer grandes traumas.

Senua é portadora de esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico que faz com que o portador vivencie surtos em que o mundo real acaba substituído por delírios e alucinações. E é por meio dessas alucinações que os desafios do jogo são inseridos.

O estúdio responsável pelo game recomenda que, ao jogar Hellblade, você utilize fones de ouvidos, para uma maior imersão. Com certeza esta recomendação deve ser seguida, pois, como uma portadora de esquizofrenia, Senua escuta vozes que a aconselham ao bem ou ao mal, proferindo palavras para incentiva-la a concluir sua aventura ou palavras para deixa-la triste ou em dúvida. E essas vozes podem ser ouvidas a todo o momento durante a sua jogatina. O que torna a experiência em Hellblade: Senua’s Sacrifice ainda mais marcante.

Escalando a sua própria montanha

Celeste, jogo lançado originalmente em 2018. (Reprodução/Internet)

Conhecer todos os lados de você mesmo pode ser algo desafiador, e muitas vezes um objetivo inalcançável. E o jogo independente Celeste, lançado em 2018, fala sobre exatamente este assunto.

Com direito a ser um dos indicados ao jogo do ano no evento The Game Awards de 2018, Celeste é uma obra indie que esbanja simplicidade e competência.

No game, Madeline, possui o simples objetivo de escalar uma montanha, que dá nome ao game, mas, essa pequena aventura logo se mostra ser desafiadora e reflexiva. Durante a escalada, a nossa protagonista terá que enfrentar um rival realmente à sua altura, um inimigo que, para muitos, é invencível, e quem é este ser? Você, você mesmo, ou no caso de Madeline, ela mesma.

Alguns personagens podem ser interpretados como representações de sentimentos, como a própria contraparte de Madeline, que pode ser vista como a falta de auto estima da protagonista e o medo de se amar.

Durante a escalada, é representado de forma indireta os desafios pessoais que Madeline vivencia. Com a ajuda de amigos, ela ganha forças para derrubar obstáculos e vencer a si mesma.

Não desista

Se você está enfrentando algum dos problemas citados neste artigo, ou qualquer outro, não desista. Lembre-se que o apoio de um profissional é essencial. Procure o Centro de Apoio Psicossocial do SUS, ou disque 188.

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