SOLUÇÃO

Mini turbina eólica com preço de celular promete revolucionar geração de energia renovável

Somente no Ceará, há 27 mini usinas distribuídas em oito municípios diferentes, que abastecem 90 unidades

Da redação
Publicado em 09/10/2021, às 15h25 - Atualizado em 15/10/2021, às 14h52

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Turbina eólica portátil já é realidade no Ceará Mini turbina eólica com preço de celular promete revolucionar geração de energia renovável Turbina eólica portátil em frente à residência simples - Reprodução/Enersud
Turbina eólica portátil já é realidade no Ceará Mini turbina eólica com preço de celular promete revolucionar geração de energia renovável Turbina eólica portátil em frente à residência simples - Reprodução/Enersud

Com um mercado ainda incipiente em todo o Brasil, o uso de mini turbinas eólicas (aerogeradores) para Geração Distribuída de energia ainda não é tão conhecido. A produção de energia eólica em casa tem um funcionamento igual ao de grandes parques eólicos, no entanto, com um tamanho reduzido.

Somente no Ceará, há 27 mini usinas distribuídas em oito municípios diferentes, que abastecem 90 unidades. 

Com o custo alto da energia elétrica em todo o Brasil, devido a crise hídrica e o uso das termelétricas, a energia eólica pode ganhar novos adeptos no país, assim como acontece com a energia solar.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fornecidos pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico no Ceará (Sindienergia-CE), de 2008 a 2021 o Ceará conta com 27 mini usinas em oito municípios, as quais abastecem 90 unidades, já que uma usina pode fornecer energia para mais de uma residência.

O coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raphael Amaral, explica que o funcionamento é bem semelhante aos aerogeradores de grande porte.

“Funcionam da mesma maneira e tem os mesmos componentes. Tem um sistema de pás que absorve a energia dos ventos, transforma em movimento e aciona um gerador que disponibiliza energia elétrica de diferentes maneiras para a unidade”, acrescenta o engenheiro mecânico Luiz César Sampaio.

Para que o sistema funcione, é necessário que seja usada alguma tecnologia capaz de transformar a energia captada de modo a ser utilizada como elétrica, conforme explica Sampaio, também diretor e fundador da Enersud, empresa que atua com aparelhos de geração distribuída para residências.

“Uma dessas formas é pegar a energia e passar para um dispositivo chamado inversor, que vai transformar essa energia. Isso vale tanto para os pequenos sistemas quanto para os grandes. Com essa tecnologia é possível injetar na rede da sua casa e mesmo exportar para a rua”.

Há também um sistema mais tradicional, conhecido como off grid. Neste, são usados acumuladores, ou seja, baterias que armazenam a energia na hora em que o vento está mais forte. A energia é “guardada” na bateria e ela, por meio de um outro tipo de inversor, faz a transformação para ser utilizada.

“Essa energia gerada a partir da bateria normalmente não pode ser injetada na rede, tem que ser usada isolada, então é muito boa pra casas isoladas, sistemas isolados. Tem propriedades que faltam luz com frequência e, neste sistema eólico, você pega a energia gerada pela turbina, guarda na bateria e no momento que precisar ela tá lá disponível”, aponta Sampaio.

Outra opção é usar apenas a turbina e, com dispositivos eletrônicos que custam menos de R$ 10, alimentar direto postos de iluminação e redes. “Você pega a energia direto da turbina e distribui para determinados usos, porém, a condição é que tenha um vem bem constante, além disso, a aplicação é mais simples”.

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Para quem é indicado o uso de turbinas eólicas?

De acordo com Sampaio, as turbinas eólicas são mais úteis nas aplicações off grid. Contudo, para decidir se é vantajoso, é preciso avaliar as condições ambientais nas quais a residência está instalada, uma vez que é necessária uma boa circulação de ventos para que o sistema seja acionado.

Por isso, uma recomendação do engenheiro é complementar o sistema eólico com o solar, de modo a garantir um fornecimento completo de energia elétrica a partir de produção por fontes renováveis.

“O sistema solar sofre muito com a drenagem que ele sofre à noite, quando não tem sol. A eólica, por sua vez, aumenta o tempo de autonomia da energia. Em locais que o vento é muito bom, você pode usar a geração eólica sozinha, já em locais que tem muita nebulosidade, ambas se complementam”, afirma Luiz César Sampaio, engenheiro mecânico.

O coordenador da Engenharia Elétrica da UFC pontua também que o sistema eólico apresenta algumas inconveniências. “Tem o ruído e o fato de ter uma manutenção mais frequente por conta das partes móveis. É uma opção mais vantajosa para quem tem terrenos grandes”.

Quanto custa ter sua própria usina?

Os custos para a instalação de um sistema eólico variam conforme a potência desejada, que podem ser de 500 W até 6 mil W, com preços de R$ 2,7 mil até R$ 50 mil.

Fonte: Flávia Marinho/Click Petróleo e Gás

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