ACIDENTE DOMÉSTICO

Cobra coral: criança é picada por serpente mais venenosa no Brasil em SC

Garoto manuseava caixas próximo a residência quando foi picado pela serpente; corais verdadeiras são as serpentes mais venenosa do país, porém representam apenas 1% dos acidentes ofídicos notificados no Brasil

Da redação
Publicado em 10/05/2022, às 14h06 - Atualizado às 16h07

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Garoto manuseava caixas próximo a residência quando foi picado pela serpente Cobra c0ral - Reprodução CBM
Garoto manuseava caixas próximo a residência quando foi picado pela serpente Cobra c0ral - Reprodução CBM

Uma criança de 6 anos foi picada na manhã desta segunda-feira (9), por uma serpente da espécie Micrurus corallinus (coral verdadeira). De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), que atendeu a ocorrência, o menino foi picado quando manuseava uma caixa em um local próximo de casa. Coral verdadeira é a serpente mais venenosa do Brasil.

O menino foi conduzido ao hospital com o auxílio da aeronave Arcanjo-01, do Corpo de Bombeiros, e levado ao hospital, porém precisou de rápido transporte ao Hospital Infantil, em Florianópolis. O caso aconteceu no município de Nova Trento, em Santa Catarina.

Ainda de acordo o CBM, o estado da criança não era grave no momento que ocorreu o atendimento com o helicóptero, contudo, na avaliação da corporação, foi realizado o encaminhamento por meio aéreo para o hospital de referência devido à periculosidade e potencial de gravidade do veneno. A vítima foi transportada e foi realizado o pouso no Hospital Infantil. A vítima segue acompanhada por uma equipe especializada e não corre risco de morte.

Garoto manuseava caixas próximo a residência quando foi picado pela serpente Cobra c0ral (Reprodução CBM)

Coral verdadeira

São chamadas popularmente de cobra-coral e de coral as espécies de serpentes que apresentam padrão de anéis coloridos pelo corpo, ou mesmo apenas o corpo vermelho. Ao todo existem 32 espécies da família Elapidae (corais-verdadeiras) e 49 da família Dipsadidae (Falsas-corais), além de duas espécies da família Colubridae (Simophis rhinostoma e Rhinobothryum lentiginosum) e a Anilius scytale (Família Aniliidae).

Dentre as corais, costuma-se chamar de corais-verdadeiras aquelas que são peçonhentas e pertencentes à família Elapidae. A coloração vermelha presente nelas é uma forma de aposematismo - um mecanismo de defesa que consiste em uma coloração de advertência para potenciais predadores.

Filhote de Coral verdadeira é encontrada em pizzaria no litoral de SP Coral verdadeira filhote de serpente Micrurus corallinus (Fabio Barata)

Acidentes

Em uma recente entrevista ao Portal Costa Norte, o biólogo Thiago Malpighi, da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Peruíbe, litoral de São Paulo afirmou que a cobra coral, apesar de conhecida pela neurotoxicidade, está envolvida em menos que 1% dos acidentes ofídicos notificados no Brasil, segundo ele, apesar do veneno potente e da coloração que inspira temor, as corais verdadeiras têm um temperamento e anatomia que minimizam as chances de acidentes, mas, mesmo assim, requerem cuidado.

Os acidentes com maior relevância epidemiológica na região ocorrem com serpentes do gênero Bothrops (jararacas), as quais respondem por aproximadamente 90% dos acidentes no Brasil. São serpentes de maior porte, maior ângulo de abertura bucal e dentes mais especializados, que utilizam o bote como um dos mecanismos de defesa e podem também ser encontradas na área urbana.

O especialista recomenda que leigos não devem tocar no animal ao tentar diferenciar as corais venenosas das falsas-corais, além de manter distância e o respeito por esses animais quando encontrá-los. Uma grande diversidade de corais está presente em nosso país e somente quem lida com esses animais adquire a experiência necessária para reconhecê-las corretamente.

O que fazer?

Em caso de encontro com cobras em áreas urbanas, deve-se manter a distância e acionar quem possa preservar tanto a integridade física das pessoas quanto do animal.

A primeira coisa é chamar um órgão ambiental responsável. Sendo na área urbana, a melhor coisa é ligar para os bombeiros, guarda ambiental ou outro órgão parecido. Polícia Ambiental local ou Corpo de Bombeiros por meio do 193.

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