Litoral paulista deve ser atingido pelo fenômeno com rajadas de ventos que vão de 62 a 88 km/h e ondas de até 3,5 metros
A Marinha do Brasil emitiu um alerta, na tarde de segunda-feira (16), informando que um ciclone extratropical se aproximava do litoral sul brasileiro, o sistema foi classificado como tempestade subtropical e é chamado “Yakecan”.
O que já vinha chamando a atenção dos meteorologistas brasileiros, e de outros centros internacionais de monitoramento meteorológico, é a trajetória anômala deste sistema, que tende a avançar do mar para o continente. O comum é que estes ciclones passem pela costa da região Sul, às vezes do Sudeste, e avancem para o alto-mar.
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A Marinha prevê também que este sistema adquira característica tropical entre a noite desta terça-feira (17) e a madrugada de quarta-feira (18). Após se aproximar do litoral sul do Rio Grande do Sul, o sistema deve se deslocar rente ao litoral gaúcho e ao litoral sul de Santa Catarina, quando deve começar a se afastar do litoral catarinense indo em direção à costa da região Sudeste, mas já afastado do continente e com ventos menos intensos.
O Instituto Nacional de Meteorologia, em comunicado, alertou para ventos de até 115 km/h ou mais no sul gaúcho. Já o Instituto MetSul, com base nas mais recentes saídas dos modelos, que apresentaram uma concordância maior quanto à trajetória do ciclone margeando a costa, indicam vento mais forte.
A trajetória do ciclone sobre a costa ou margeando a costa do sul ao norte gaúcho é o pior cenário para a ocorrência de vento, o que explica todos os modelos numéricos estarem hoje indicando velocidades muito altas e acima de 100 km/h em vários pontos. O pior ocorreria no sul gaúcho, na Lagoa dos Patos e entorno, na área de Porto Alegre e litoral norte.
Independentemente da sua classificação técnica, os meteorologistas já preveem que este ciclone é uma área de baixa pressão atmosférica muito intensa, que não se observa normalmente. É um sistema com potencial para provocar ventania perigosa, com risco de destelhamento de coberturas frágeis, de queda de galhos grandes e outros transtornos.
O vento forte e persistente provocado pelo ciclone sobre o oceano deixa o mar muito agitado e gera grandes ondas que vão provocar ressaca no litoral da região Sul e de parte do Sudeste deo país. A situação é de perigo para a navegação marítima.
Para os dias 17 e 18, o Climatempo prevê ondas de 2,5 a 4,0 metros entre Rio Grande (RS) e Laguna (SC) e de 2,5m a 3,5 metros entre a Baixada Santista, em São Paulo, até a região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
De acordo com o Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília (NPH-Unisanta), a previsão meteorológica para o litoral de São Paulo é de maré elevada a partir desta terça-feira, mas os impactos de mar agitado e ressaca devem ser observados na quarta-feira, segundo a entidade.
“Se a previsão se mantiver há possibilidade de alagamentos nos períodos de maré elevada, podendo haver impactos nas estruturas urbanas costeiras no município de Santos”, ressalta o NHP em comunicado.
O núcleo prevê que, por volta de 16h de terça, a maré ultrapasse 1,9m na Baía de Santos e 2 metros no interior do estuário. Isso significa um aumento de 60 centímetros em relação à tábua de marés. Na quarta, o nível da maré deverá subir de 2 metros e 2,10m, respectivamente.
Um homem de 24 anos morreu na tarde de segunda-feira, no Uruguai, depois que uma palmeira caiu no telhado de sua casa, em decorrência dos ventos fortes que também atingem o país.
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Um vizinho da área explicou a um jornalístico uruguaio que sentiu o barulho e saiu para ajudar. "Encontrei outros vizinhos que estavam procurando uma maneira de tirá-lo de baixo dos escombros, sua esposa saiu correndo e conseguiu se salvar", lamentou.
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