PRISÃO NA HORA

Idosa neonazista é presa novamente aos 93 anos

Corte ressalta que dizer falsidades de forma consciente não é liberdade de expressão e que negar o Holocausto perturba a paz pública

Catarina Del Corso
Publicado em 05/04/2022, às 17h35 - Atualizado às 19h57

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Ursula Haverbeck negou a existência do campo de Concentração de Auschwitz e afirmou que seria "apenas um campo de trabalho forçado" Idosa neonazista Idosa com blusa vermelha e cabelo branco - Divulgação
Ursula Haverbeck negou a existência do campo de Concentração de Auschwitz e afirmou que seria "apenas um campo de trabalho forçado" Idosa neonazista Idosa com blusa vermelha e cabelo branco - Divulgação

Uma idosa neonazista de 93 anos foi condenada novamente à prisão na última sexta-feira (1) e deve cumprir uma pena de 12 meses de prisão em Berlim, Alemanha, por negar, entre outras coisas, o assassinato de mais de um milhão de judeus no campo de concentração de Auschwitz (Polônia).

Ursula Haverbeck foi condenada diversas vezes no país por negar o Holocausto além de incitar o ódio. A Corte da Alemanha rejeitou um recurso de Ursula contra duas condenações, em 2017 e 2020, por se manifestar negando a existência do Holocausto, além disso, autoridades registraram que a neonazista não demonstrou nenhum sinal de arrependimento ou remorso. Diante disso, não há mais possibilidade de recurso da decisão final.

A idosa neonazista e seu falecido marido, Werner Georg Haverbeck, membro ativo do NSDAP (Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores) na época da Segunda Guerra Mundial, fundaram um centro educacional que está banido na Alemanha desde 2008.

Perturbação da paz pública

Haverbeck disse diversas vezes que o Holocausto não estava “historicamente comprovado” e que Auschwitz era “apenas um campo de trabalho forçado”. Condenada em outras partes da Alemanha e tendo cumprido dois anos e meio de prisão em Bielefeld em 2008, dessa vez, novamente, Haverbeck teve o pedido de sentença reduzida ou pagamento de multa negado.

Na época, a Corte alegou que espalhar falsidades de forma consciente não está incluído no país como liberdade de expressão, além disso, negar a existência do Holocausto, para a Corte, perturba a paz pública. A idosa, durante toda sua vida, também recebeu diversas multas por seus comentários.

Na última sexta-feira (1) advogados tiveram pedido negado para que ela fosse libertada.

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