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Fim da Ômicron? Cientistas descobrem anticorpos capazes de neutralizar variante da covid-19

Liderado por cientistas da Universidade de Washington, o estudo se concentrou em partes da proteína spike que permaneceram inalteradas durante a evolução viral

Da redação
Publicado em 29/12/2021, às 20h17 - Atualizado às 20h28

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No total, a variante Ômicron acumula 37 mutações na proteína spike Fim da Õmicron? Cientistas descobrem anticorpos capazes de neutralizar variante da covid-19 - Foto: Divulgação
No total, a variante Ômicron acumula 37 mutações na proteína spike Fim da Õmicron? Cientistas descobrem anticorpos capazes de neutralizar variante da covid-19 - Foto: Divulgação

Com o mundo preocupado com a nova variante Ômicron da covid-19, uma boa notícia: pesquisadores identificaram uma série de anticorpos que podem neutralizar a variante Ômicron e também outras cepas do coronavírus SARS-CoV-2.

Liderado por cientistas da Universidade de Washington, o estudo se concentrou em partes da proteína spike que permaneceram inalteradas durante a evolução viral.

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Após identificar os alvos desses anticorpos "amplamente neutralizantes" na proteína spike, os pesquisadores podem desenvolver, agora, potenciais vacinas e novos tratamentos universais contra a covid-19. Isso significa que as soluções devem funcionar contra diferentes tipos de variantes, inclusive contra cepas que surgirão no futuro.

"Essa descoberta nos diz que, ao focar nos anticorpos que têm como alvo esses locais altamente conservados na proteína espinhosa, há uma maneira de superar a evolução contínua do vírus", afirmou David Veesler, professor associado da Universidade de Washington, em comunicado. O estudo foi publicado na revista científica Nature.

Entendendo as mutações da Ômicron

No total, a variante Ômicron acumula 37 mutações na proteína spike. Segundo os pesquisadores, este é um número considerado alto de mutações na estrutura que é usada para invadir as células saudáveis humanas. Isso pode explicar por que a nova cepa conseguiu se espalhar tão rapidamente pelo globo e pode causar um número maior de reinfecções ou infectar pessoas já imunizadas contra a covid-19. Alguns especialistas a comparam com o sarampo por sua capacidade de disseminação.

"As principais questões que estávamos tentando responder eram: como essa constelação de mutações na proteína spike da variante Ômicron afetou sua capacidade de se ligar às células e como evitar as respostas de anticorpos do sistema imunológico", conta o professor Veesler sobre o estudo.

Durante os testes em laboratório, a equipe desenvolveu um vírus desativado e não replicante, chamado pseudovírus. Igual à variante Ômicron, ele possui espículas (spikes), com mutações, na membrana de sua superfície. Outros tipos do vírus foram criados para simular outras variantes do vírus da covid-19.

Testes com anticorpos da covid

A partir da criação desses vírus que simulam a Ômicron, os pesquisadores passaram a testar uma série de anticorpos. Por exemplo, foram coletadas amostras de pacientes que já se recuperaram de versões anteriores do coronavírus e de pessoas imunizadas

Segundo os autores, os anticorpos de pessoas que foram infectadas por outras cepas e daqueles que receberam uma das seis vacinas mais usadas contra a covid-19 tinham capacidade reduzida de bloquear a infecção pela Ômicron.

Vale destacar que, no estudo, foram testados anticorpos de pessoas imunizadas com as seguintes fórmulas:

Vacina Sputnik V;

Vacina da Sinopharm;

Vacina da Janssen (Johnson & Johnson);

Vacina da Moderna;

Vacina da Pfizer/BioNTech;

Vacina da AstraZeneca/Oxford.

Analisando os resultados

Segundo os pesquisadores, os anticorpos de pessoas que já haviam sido infectadas, na maioria das vezes, tinham pouca ou nenhuma capacidade de neutralizar a variante Ômicron no estudo in vitro. O mesmo era observado nos grupos imunizados com as vacinas Sputnik V, da Sinopharm ou da Janssen.

Por outro lado, os anticorpos de pessoas que receberam duas doses das vacinas Moderna, da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca/Oxford apresentaram atividade neutralizante, mas foi identificada uma redução de 20 a 40 vezes. Essa porcentagem é muito maior do que a apresentada contra outras variantes.

No entanto, os estudos de anticorpos neutralizantes têm limitações, já que não podem medir a memória celular contra a covid-19. No organismo humano, as respostas do sistema imunológico não se limitam aos anticorpos. Dessa forma, os imunizados podem manter diferentes graus de proteção contra a Ômicron.

Novas possibilidades

Durante a pesquisa, a equipe também testou uma ampla variedade de anticorpos gerados contra versões anteriores do vírus. Dentro desse grupo, foi possível identificar quatro classes de anticorpos que mantiveram sua capacidade de neutralizar a Ômicron.

Segundo os autores do estudo, anticorpos de cada uma dessas classes têm como alvo uma das quatro áreas específicas da proteína spike presentes não apenas na Ômicron, mas compartilhadas por outras variantes do SARS-CoV-2.

A descoberta de que anticorpos específicos podem neutralizar, através do reconhecimento de áreas conservadas, tantas variantes diferentes do vírus sugere que desenvolver vacinas e tratamentos com anticorpos que visam essas regiões podem ser eficazes contra um amplo espectro de variantes que surgem por meio de mutação, completou Veesler.

Fonte: NatureUniversidade de Washington e CanalTech

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