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Capital antecipa feriados e vai parar por nove dias; Baixada Santista teme ‘manada’ de turistas

Capital vai parar para conter sobrecarga do sistema de saúde e avanço vertiginoso da covid-19; no entanto, tiro da Capital pode sair pela culatra e resvalar na Baixada Santista que também sofre com avanço da doença

T. S. Paulo
Publicado em 18/03/2021, às 15h12 - Atualizado em 19/03/2021, às 17h33

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Após apelos do Condesb junto ao governo estadual, operações que favorecem a descida de serra foram suspensas nos próximos finais de semana de fase emergencial nas principais rodovias que levam à Baixada Santista 120 mil veículos na véspera da emergencial - Imagem: Rodovia dos Imigrantes em Setembro de 2020, durante a pandemia - Rivaldo Gomes / Folha Press
Após apelos do Condesb junto ao governo estadual, operações que favorecem a descida de serra foram suspensas nos próximos finais de semana de fase emergencial nas principais rodovias que levam à Baixada Santista 120 mil veículos na véspera da emergencial - Imagem: Rodovia dos Imigrantes em Setembro de 2020, durante a pandemia - Rivaldo Gomes / Folha Press

A prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (18) a antecipação de cinco feriados que, somados aos finais de semana, vão parar a cidade por 09 dias, de 27 de março a 4 de abril. As medidas, que visam diminuir drasticamente a circulação, buscam conter a sobrecarga do sistema de saúde e frear a disseminação galopante do coronavírus na cidade. 

No entanto, o tiro de São Paulo pode sair pela culatra e resvalar na Baixada Santista, região que tradicionalmente recebe um intenso fluxo turístico quando a Capital para em feriados prolongados.

Há precedentes durante a pandemia. Cidades que não fecharam suas praias durante os feriados de final de ano viram os espaços se transformarem num pandemônio e, semanas depois, testemunharam as curvas de covid-19 subirem drasticamente.

Aglomeração em praia de Santos durante a pandemia (Foto: Reprodução AT / Arte Sistema Costa Norte)

O prefeito Bruno Covas (PSDB), junto do anúncio da primeira morte por covid-19 por falta de leito de UTI na Capital, anunciou que São Paulo antecipa para os dias 29, 30, 31 de março e 1º de abril, dois feriados municipais de 2021 (Corpus Christi, previsto para 3 de junho, e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro) e três feriados municipais de 2022 (fundação de São Paulo, 25 de janeiro, Corpus Christi, 16 de junho, e Dia da Consciência Negra, 20 de novembro). O dia seguinte, 02 de abril, é um feriado nacional. Os cinco dias são entremeados por dois finais de semana. Com isso, São Paulo terá 09 dias de paralisação, sem dias úteis.

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Para as gestões da Baixada Santista que conhecem bem a relação "São Paulo vazia, litoral cheio", a situação requer atenção. Sem a mesma estrutura da Capital, a Baixada Santista viu os casos de covid dispararem durante o avanço de novas cepas. Segundo dados do Centro de Contingência da covid, em 15 dias, a taxa de ocupação de leitos da Baixada Santista saltou 23%. Foi de 51% no dia 04, para 74% nesta quinta-feira e segue com propensão de aumento nos próximos dias. 

Apesar das praias da região estarem interditadas ou fechadas em decorrência da fase emergencial, que, por enquanto, vigora até 30 de março, a região tem tido dificuldades em fiscalizar suas gigantescas faixas de areia. Apenas Peruíbe possui 15 km de praias, Praia Grande tem ainda mais, 22 km de orlas, o equivalente a oito avenidas paulistas uma do lado da outra.

No último final de semana, que encerrou a semana mais cruel da história da pandemia no estado, mesmo às vésperas da fase emergencial, mais de 120 mil veiculos se dirigiram à região. Segundo a Ecovias, o fluxo de veículos não diminuiu nem 20% em relação e outros períodos ensolarados na mesma época do ano.

Desde o ano passado, as prefeituras da região têm apelado ao governo estadual por um controle mais rigoroso das estradas da serra do mar, com pouco retorno. Desta vez, o controle da covid-19 na capital pode significar  um descontrole ainda maior da doença na Baixada Santista. 

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