Corrida

Bertioguense completa ultramaratona de 300 km em Minas Gerais

Marcio Zitei, 47, foi 1º morador da Baixada Santista a completar a '300 - O Desafio'

Marina Aguiar
Publicado em 29/03/2019, às 11h57 - Atualizado em 23/08/2020, às 19h03

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"Superação", essa foi a palavra que o ultramaratonista Marcio Zitei usou para descrever a experiência vivida durante a prova '300 - O Desafio', entre os dias 22 e 24 de março. Morador de Bertioga, o administrador de empresas se deslocou para cidade de Tiradentes para completar 300 km de corrida sem descanso com destino a Passa Quatro, ambas cidades do estado de Minas Gerais.

Foram 72 horas e 10 minutos de corrida sem paradas, com exceção das pausas para beber água, comer ou realizar necessidades básicas. Dos 22 atletas inscritos na modalidade de Zitei, 300 km survivor (sem apoio), apenas 8 conseguiram completar a prova. Zitei ficou na 7ª colocação.

A prova, realizada pela Ultra Runner Eventos, está na 3ª edição e só convoca atletas extremamente preparados para o desafio. Esta é a segunda tentativa de completar a prova de Zitei. "No ano passado tentei, mas parei no km 157. Dessa vez fui melhor preparado em todos os sentidos. Tive uma alimentação adequada, roupas e tênis confortáveis e muita fé", declarou.

A alimentação foi um dos fatores determinantes para o sucesso do administrador. O atleta levou uma mochila de 6 kg contendo vários alimentos saudáveis, como nozes, castanhas, barras de cereal, azeitonas, pães, atum, além de doces, como bananinha, jujuba, goiabada. "Quando tive oportunidade de comprar comida, comi um lanche e até pedaços de pizza em uma noite".

Zitei também levou soro para diluir em água e pastilha para purificar água caso não encontrasse água potável. "Graças a Deus não precisei usar a pastilha, mas tomei uns 4 litros de soro para repor os sais e completar a prova nutrido", disse. "Muitas pessoas optam por tomarem suplementos e isso pode prejudicar o organismo. Vi muita gente desistindo por problemas na alimentação, alguns desnutridos outros com problemas intestinais".

Imagem acervo site

Todo o percurso da prova é realizado em estradas de terra batida e trilhas. Na primeira noite, os atletas foram surpreendidos por muito frio, chuva e rajadas de vento de 40 km/h. A dificuldade fez com que 11 atletas desistissem da prova. "Foi muito difícil, mas não parei, continuei e fiquei sem dormir os três dias para conseguir chegar no tempo limite da prova. No último dia pegamos um sol de rachar, fomos de 8º a 30º em três dias".

Solidariedade

A amizade entre os competidores é a principal lembrança do atleta. "Fiz 50% da prova sozinho, mas no final ficamos em cinco correndo juntos. Um atleta e uma atleta se perderam e nós buscamos por eles. Eles continuaram a noite toda com a gente, mas nos últimos 15 km, a atleta não conseguiu correr mais, ela tinha machucado o olho em um galho. O carro de apoio chegou e conduziu ela até a linha de chegada, e nós fomos correndo para não estourar o tempo limite da prova. O mais importante nem é vencer, é completar a prova e ajudar os outros a se superarem também", disse.

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