Dos rios de Bertioga para as torneiras

A captação, tratamento e armazenamento das águas de seis mananciais preservados garantem o abastecimento da população do município

Eleni Nogueira
Publicado em 18/05/2020, às 13h41 - Atualizado em 27/08/2020, às 09h32

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Arquivo/JCN
Arquivo/JCN

O sistema de abastecimento de água na Baixada Santista, operado pela Sabesp, funciona por meio de captações diretas de rios provenientes da Serra do Mar, em meio à Mata Atlântica. O líquido é captado, tratado e direcionado a um centro de reservação, para depois seguir pelas redes de distribuição até os imóveis.

Imagem acervo site

Em Bertioga, a Sabesp possui seis pontos de captação de água nos seguintes mananciais: ribeirão das Furnas, Córrego Pelaes ou Fazenda, rio Itapanhaú, rio Itaguaré, ribeirão Pedra Branca, rio Guaratuba.  A vazão total dos sistemas produtores é, em média, de 542 litros por segundo. O líquido coletado e tratado segue para nove reservatórios.

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Para acompanhar o crescente número de habitantes, que chegou a ser de 40%, entre 2009 e 2018, segundo levantamento da Cetesb, a Sabesp prepara-se para garantir maior disponibilidade de água tratada no município, como a implantação de um novo reservatório com capacidade para cinco milhões de litros de água, no bairro Jardim Mogiano.

De acordo com a estatal, estima-se contratar as obras ainda no primeiro semestre deste ano, para iniciar a operação ao fim do segundo semestre. Para os próximos anos, está previsto ampliar mais um centro de reservação para 1,3 milhão de litros, além da ampliação da vazão de três sistemas produtores de água, o que inclui a implantação de uma nova captação no ribeirão Pedra Branca.

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O superintendente da Sabesp na Baixada Santista Raul Christiano lembra que Bertioga tem uma das maiores bacias hidrográficas da Região Metropolitana da Baixada Santista, e ressalta que a Sabesp entende sua responsabilidade de tratar um dos mais importantes recursos naturais existentes. “A empresa segue diretrizes estabelecidas para a gestão ambiental, desenvolvendo soluções que contribuam para um desenvolvimento sustentável. A exemplo disso, nos últimos anos, vêm sendo construídos novos reservatórios de água tratada na cidade como forma de aumentar a disponibilidade hídrica do sistema de abastecimento, preservando os mananciais. E, com a contratualização junto ao município, os investimentos previstos garantirão um salto extraordinário nos índices de saneamento, caminhando para a universalização dos serviços.” Segundo a estatal, estão planejados investimentos, para os próximos 30 anos, que giram em torno de R$ 417,5 milhões.

No município, segundo a Sabesp, a cobertura das redes de distribuição de água atende a 99% da área regular, com população urbana do município. Mas, o índice cai para 87% se consideradas as ocupações irregulares, nas quais  a empresa é impedida por lei de prestar serviços.

Para cobrir esta lacuna, a Sabesp informou que existe um trabalho em conjunto com a administração municipal, para programar as obras de expansão dos sistemas de saneamento conforme planejamento da prefeitura para os locais em processo de regularização fundiária.

Além das captações de água da Sabesp, os rios de Bertioga servem a outros captadores, de acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), responsável pelas concessões.

Veja quais rios servem às principais outorgas (autorização) para captação superficial no município:

Sesc Bertioga:  córrego Guaxanduva;

Companhia Fazenda Acaraú/Riviera de São Lourenço: afluente do rio Itaguaré e rio Itapanhaú;

Associação de Condomínios do Loteamento Morada da Praia: Ribeirão da Fornalha;

Associação Condominial Parque Caiubura:  afluente do canal de Bertioga;

Reserva São Lourenço:  rio Vermelho;

Associação de Amigos de Guaratuba: Ribeirão dos Monos;

Companhia Docas do Estado de São Paulo: ribeirão Tachinhas (afluente do rio Itatinga).  

Reserva domiciliar

Para garantia de abastecer sua residência, o proprietário deve ter instalações hidráulicas internas preparadas para atender ao número de ocupantes – como caixas d’água dimensionadas para manter por 24 horas o consumo na residência independentemente do sistema público –, conforme determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas.

A Lei Municipal nº 316/98, que instituiu o Código de Obras e Edificações, determina que as caixas d’água devem ter capacidade de reserva para três dias de consumo. Em síntese, cada pessoa precisa ter a disponibilidade de 200 litros/dia.

Água de boa qualidade

O diagnóstico de qualidade ambiental das águas doces superficiais do estado de São Paulo resulta de uma rede básica de monitoramento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), iniciada em 1974. Em Bertioga são três pontos de monitoramento: no rio Itapanhaú (na captação de Bertioga e na marina do Forte) e no rio Itaguaré (na ponte da rodovia Rio/Santos).

O resultado médio do Índice de Qualidade da Água (IQA), que indica o lançamento de efluentes sanitários para o corpo d’água, indica que a qualidade da água é boa - IQA entre 51 e 79) nestes rios -, não evidenciando pressão antrópica. Mas a Cetesb ressalta  “a importância em investimentos pelo município na coleta e tratamento de esgotos para a manutenção da qualidade da água”.

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