INFLAÇÃO

Entenda como funciona a inflação com a curva de Phillips

Conhecer as teorias, possibilidades e conceitos do mercado financeiro é essencial para que seu dinheiro esteja cada vez mais seguro

AMANDA BARBOSA
Publicado em 23/11/2021, às 17h12 - Atualizado às 17h27

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curva-de-phillips - Shutterstock
curva-de-phillips - Shutterstock

A economia não precisa ser algo distante das pessoas e, conhecer sobre investimentos, previdência privada corporativa, ações, taxas e siglas pode fazer parte da vida de qualquer um, afinal, quanto mais se sabe sobre educação financeira, mais seu dinheiro trabalha para você.

Certamente você já ouviu falar sobre inflação, certo? Mas e sobre a Curva de Phillips? Você já ouviu sobre esse conceito e sabe como ele pode interferir em seu planejamento financeiro? Confira!

O que é a curva de Phillips?

A curva de Phillips é um dos conceitos mais importantes da macroeconomia e esse indicador rege a interação entre desemprego e inflação no curto prazo e na prática ela serve para calcular como o desemprego afeta a inflação e vice-versa.

De forma simplificada, ela mostra o impacto da população empregada nos preços de tudo aquilo que precisamos comprar no dia a dia. 

Entender sobre ela é importante pois ela é um bom direcionamento para investir em títulos que usam a inflação como indexador.

A teoria foi desenvolvida pelo economista William Phillips na década de 60 e sua eficiência já foi comprovada em diversas situações de expansão ou recessão da economia.

Curva de Phillips original

As razões para a correlação básica entre inflação e desemprego são bastante simples. Imagine que a economia é atingida por uma recessão, isso leva empresas a demitirem pessoas, aumentando o índice de desemprego. Com isso, as pessoas possuem menos recursos para consumir e, com a queda, os preços tendem a diminuir, pois as empresas precisam vender.

Essa redução causa a queda da inflação, portanto, segundo a teoria há uma correlação negativa entre inflação e desemprego.

A mesma situação também é real. Se o desemprego reduzir, as pessoas terão mais dinheiro e consomem mais, aumentando a demanda e oferta e aumentando os preços pelo avanço da inflação.

Embora esse entendimento básico da teoria não seja uma verdade absoluta no longo prazo, a teoria já se provou muitas vezes e é muito relevante.

Curva de Phillips aceleracionista

Com o advento da globalização e abertura comercial dos produtos, os preços não são determinados apenas pela demanda interna, mas muito pelos preços do mercado internacional.

Portanto, não necessariamente há mais uma correlação entre inflação e desemprego, afinal, diversos produtos sobem independente disso. Assim, adaptações surgiram para modernizar a teoria e uma das possibilidades é a incorporação das expectativas do mercado em relação às inflação e desemprego.

Com essa “modernização” da teoria, os estudiosos, governos e economistas se baseiam em fatores externos para entender sobre as curvas de inflação que irão ocorrer no país.

A inflação

A curva de Phillips está diretamente ligada à inflação e vale dizer que esse é o fenômeno da alta generalizada dos preços no país. A inflação faz com que o dinheiro tenha valores diferentes ao longo do tempo, causando sua desvalorização.

Se há 10 anos atrás era possível comprar determinados itens por 100,00, com a mesma nota hoje em dia muitos menos produtos são adquiridos, não é mesmo?

Como a inflação afeta os investimentos?

No Brasil a inflação é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ele mede o quanto aumentou ou diminuiu o preço de diversos produtos em determinado período.

Alguns investimentos usam o IPCA como referência e, por isso, a inflação faz toda a diferença para entender para onde ir com seu dinheiro. Isso significa que na hora de investir é importante buscar a rentabilidade real, ou seja, uma que esteja acima da inflação.

Tesouro Direto

Quando se aplica no Tesouro é como se o investidor estivesse emprestando dinheiro ao governo. Existem diversos títulos nesta modalidade e é importante conhecer e saber sobre como cada um deles faz seu dinheiro trabalhar olhando para a inflação.

O Tesouro Selic, LFT, e o Tesouro IPCA + são modalidades populares e, no primeiro, os rendimentos acontecem pela variação da taxa básica de juros, enquanto o segundo paga o IPCA do período mais uma taxa pré-definida no momento de investir.

LCIs e LCAs

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) tem objetivo dar crédito aos segmentos que elas dão nome e, a depender do título, ele pode estar atrelado ao CDI ou IPCA. Sendo assim, quando a inflação e juros estão em alta, as Letras de Crédito tendem a oferecer bons rendimentos.

Fundos de investimento

Alguns fundos com renda fixa têm também seus rendimentos atrelados ao IPCA e é importante verificar seus índices em relação à remuneração de cada cotista para que sejam feitas boas escolhas para sua carteira.

Entender investimentos que têm a ver com a inflação fazem todo sentido para a metodologia da curva de Phillips e conhecer sobre as possibilidades faz com que sua carteira tenha mais a ver com seus objetivos e, claro, rentabilidade.

Você já conhecia a curva? Aproveite que sabe mais sobre ela e reflita sobre seus investimentos!

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