QUE PINTURA!

Artista plástico transforma remo de monumento do ‘Caiçara de Ubatuba’ em obra de arte

Tiano Mendes e o seu pai Waldir Vieira Mendes pintaram o remo do tradicional monumento de Ubatuba, dando cores e vida à entrada da cidade

Da redação
Publicado em 08/10/2021, às 14h47 - Atualizado às 16h41

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Imagem da pintura do remo do pescador viralizou nas redes sociais Artista plástico transforma remo de monumento do ‘Caiçara de Ubatuba’ em obra de arte Remo de monumento pintado na entrada da cidade de Ubatuba - Foto: Divulgação
Imagem da pintura do remo do pescador viralizou nas redes sociais Artista plástico transforma remo de monumento do ‘Caiçara de Ubatuba’ em obra de arte Remo de monumento pintado na entrada da cidade de Ubatuba - Foto: Divulgação

Quem chega a Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, e percorre a rodovia Oswaldo Cruz sentido centro, logo se depara com o trevo que dá acesso às regiões norte, sul e central do município. Nele, é impossível não notar a grande estátua de um caiçara e seu remo dando as boas-vidas à Capital do Surfe.

Conhecido como ‘Zé Capão’, o monumento é uma homenagem à comunidade caiçara, representada por um dos seus: José Vieira Mendes. Pescador, funcionário público do município, entre outras tantas histórias contadas por antigos amigos e conhecidos.

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Agora, seu filho Waldir Vieira Mendes e o neto Tiano Mendes homenagearam o caiçara e toda a cidade de Ubatuba com a pintura do remo, tradicional monumento da entrada da cidade. Nas redes sociais, a obra de arte viralizou.

“Em uma conversa com o presidente da Fundart, Gady Gonzalez, surgiu a ideia de fazer a pintura do remo do pescador. Como a história do remo tem a ver com a memória dos meus avós, sugeri chamar meu pai para pintar junto”, explica Mendes.

Antes da pintura, a estátua passou por um processo de higienização. A obra terminou na última quarta-feira (6) e teve o apoio da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) e de um empresário local de uma loja de tintas.

A execução da pintura levou cerca de uma semana para ficar ponta. “Nesses trabalhos em temática de tropicália, sempre busco inserir a nossa cidade. A ideia é oferecer a intervenção no remo como um presente para Ubatuba. Essa é a proposta”, destacou o artista. A entrega oficial acontecerá no dia do aniversário da cidade, celebrado em 28 de outubro.

“Essa estátua foi feita para todos os caiçaras. Não se restringe somente à minha família. Meu pai sempre fala que meu avô foi um pescador lendário da Boca da Barra. Era contador de histórias, coveiro e padeiro – uma peça emblemática da cultura caiçara”, afirmou Mendes.

“Ficamos honrados com o convite para a intervenção ter sido feito para nós, que somos da família dele. É bom destacar que a escultura foi feita por um outro artista. A gente fica feliz em saber que isso fortalece mais a cultura caiçara da nossa cidade, bem na entrada de Ubatuba. É mostrar como a nossa cultura sobrevive”, diz o artista.

Mais sobre Tiano

O artista plástico Tiano Mendes é bem conhecido na cidade. Além de possuir um ateliê, é professor de artes formado pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo, e referência de irreverência no modo de pintar.

Isso já lhe rendeu várias premiações nos Salões Ubatuba de Belas Artes. Sua trajetória ainda é marcada pelas intervenções artísticas espalhadas pela cidade, como pontos de ônibus (alguns pintados também em parceria com outros artista e o coletivo Néctar Caiçara) e o totem de Ubatuba, que fica no Píer Comodoro Magalhães.

Entras as obras mais recentes, estão a personalização de um carro de uma loja de tintas e, destacando os monumentos da cidade, a revitalização da estátua de São Pedro, localizada no mirante da região central.

Zé Capão

José Vieira Mendes, mais conhecido pelo apelido de Zé Capão, nasceu em Ubatuba, em 19 de março de 1912, e faleceu em 4 de março de 1974. Foi funcionário público municipal, pescador e carnavalesco.

“Não tive a felicidade de conhecer meu avô, que faleceu dois anos antes de eu nascer. Mas conheci minha avó, que me contava muitas histórias. Ele vivia da pesca, vendendo o peixe dele com um carrinho de mão de madeira. Eles moravam no centro da cidade, então tem muita história boa. É isso mesmo que falam dele”, finalizou Tiano.

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