SÃO VICENTE

Animal atropelado é deixado na rua por Zoonoses e população tira do próprio bolso para resgate

Departamento de de Zoonoses de São Vicente foi acionado e aplicou injeções no animal atropelado, porém, deixou o animal nas ruas sem tratamento adequado e população teve que assumir responsabilidade

Da redação
Publicado em 25/08/2021, às 09h53 - Atualizado em 30/08/2021, às 16h24

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Animal atropelado fica nas ruas sem socorro  Cachorro branco de porte médico com cabeça baixa e com expressão de dor - Reprodução/Facebook
Animal atropelado fica nas ruas sem socorro Cachorro branco de porte médico com cabeça baixa e com expressão de dor - Reprodução/Facebook

Um cachorro foi atropelado por um caminhão na cidade de São Vicente, litoral paulista, e seguiu abandonado nas ruas da cidade, sem ajuda e com dor. O atropelamento ocorreu na sexta-feira (20).

Uma cidadã, residente do bairro Vila Margarida, local onde o animal sofreu o acidente, se sensibilizou com a causa, porém, não tinha como recolhe-lo, acionando, então, o Departamento de Zoonoses e o Samu Animal (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da cidade de São Vicente.

Eles compareceram no local ainda na sexta-feira (20), aplicaram injeções para analgesia e foram embora, deixando o cachorro atropelado na rua. Os servidores municipais alegaram que voltariam durante o fim de semana, algo que não ocorreu, segundo denúncias.

A cidadã que acionou o Samu Animal conta que os funcionários alegaram que não poderiam resgatá-lo, pois as baias da unidade, nas quais são abrigados os animais, estariam cheias. 

Protetores da causa animal souberam do descaso com o animal e iniciaram uma série de cobranças ao órgão de auxílio animal do município. “Nós protetores estamos atolados, eles (Zoonoses) têm recurso, mas eles vão dizer que não têm”, desabafou Sandra Alvarenga, protetora de São Vicente.

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O Portal Costa Norte solicitou um posicionamento da prefeitura na terça-feira (24) e recebeu uma nota alegando que “o cachorro citado na denúncia foi atendido pela equipe da Zoonoses no local, foi medicado e recebeu tratamento”.

Em contrapartida, os protetores negaram o tratamento do animal, informando que recebeu houve uma visita da equipe do Departamento de Zoonoses ainda ontem (24), que aplicou uma injeção e foi embora, deixando o pet atropelado largado nas ruas da cidade.

A prefeitura, ainda em nota, alega: “É importante que as pessoas tenham a guarda responsável, não deixando o animal sair sozinho na rua. Outro ponto que merece ser destacado é que o serviço do Samu Animal é destinado a animais sem tutor”. No entanto, o animal atropelado é de rua, não possui tutor e não foi socorrido pelo Samu Animal.

Sandra, incomodada com a situação crítica do animal, resolveu que ajudaria no tratamento do pet, que foi negligenciado pelo órgão municipal. “Nós protetores fazemos o trabalho da Zoonoses”, desabafa.

“A gente conseguiu lar temporário para poder fazer o tratamento”, explicou, completando que "os protetores estão cheios de animais em tratamento, com altos custos e pouca ajuda para doação".

NOTA DA ZOONOSES VS PROTETORES

Segue a nota completa do Departamento de Zoonoses de São Vicente:

"A Prefeitura de São Vicente informa que está dando início a uma nova política pública em torno da causa animal no Município. A atual gestão herdou problemas graves em equipamentos e serviços e não mede esforços para melhorar a situação para o atendimento adequado dos animais.

O Departamento de Zoonoses de São Vicente (Dezoon) realiza, em média, 15 consultas por dia e 500 castrações por mês. Os animais que são recolhidos pelo Samu Animal passam por uma triagem clínica e são resgatados também de acordo com a capacidade física e estrutural do Departamento.

O cachorro citado na denúncia foi atendido pela equipe da Zoonoses no local, foi medicado e recebeu tratamento.

Vale ressaltar que é importante que as pessoas tenham a guarda responsável, não deixando o animal sair sozinho na rua.

Outro ponto que merece ser destacado é que o serviço do SAMU Animal é destinado a animais sem tutor."

Posicionamento dos protetores:

“A gente vai fazer a denúncia no Ministério Público, a Zoonoses não está fazendo castração, remoção de corpos, resgate, não estão fazendo nada. Isso que eles alegam é o mínimo que eles têm que fazer, é o trabalho deles! Só tem consulta”, desabafou Sandra Alvarega.

A reportagem aguarda o posicionamento da prefeitura de São Vicente quanto ao fato de o animal não ser recolhido após as injeções aplicadas pela equipe enviada. 

Novo posicionamento: 

Em uma nova nota enviada nesta quinta-feira (26), a Prefeitura de São Vicente revela:

"A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), informa que o Departamento de Controle de Zoonoses (Dezoon) tem como função o combate à disseminação de doenças e controle populacional de animais.
É importante esclarecer que o Dezoon realiza atendimentos de assistência veterinária básica, e não procedimentos especializados, como é o caso de cirurgias ortopédicas.
Em média, são feitas 15 consultas por dia e 500 castrações por mês no departamento. 
O animal citado pela reportagem recebeu toda a atenção possível das equipes do Dezoon. O seu responsável foi encontrado e recebeu orientações quanto aos cuidados necessários para o bem estar do animal.
A Administração Municipal ressalta o compromisso com a causa animal. Problemas graves em equipamentos e serviços foram herdados da gestão anterior e, desde o início do ano, a Prefeitura não mede esforços para melhorar a situação e prestar atendimento adequado aos animais da Cidade."
Ainda de acordo com os protetores, o animal é de RUA e foi resgatado pelos populares após não receber socorro do Samu animal.

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