CASA ARROMBADA

“Tenho medo e não volto nunca mais”, diz turista depenado em Praia Grande

Ao retornar da praia, grupo de oito jovens turistas encontra casa arrombada e furtada em plena luz do dia. Além de objetos furtados, um deles amargou prejuízo de R$ 15.300 em misteriosa transferência bancária. “Frustração”, diz

Thiago S. Paulo
Publicado em 09/02/2022, às 13h23 - Atualizado às 15h52

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Rua João Piedade Gomes, onde furto ocorreu em Praia Grande Caiçara, Vilamar, Praia Grande - “Tenho medo e não volto nunca mais”, diz turista depenado em Praia Grande Rua de Praia Grande, de frente para o mar - Imagem: Reprodução / Google Street View
Rua João Piedade Gomes, onde furto ocorreu em Praia Grande Caiçara, Vilamar, Praia Grande - “Tenho medo e não volto nunca mais”, diz turista depenado em Praia Grande Rua de Praia Grande, de frente para o mar - Imagem: Reprodução / Google Street View

Um grupo de oito jovens turistas de São Paulo achou que viveria momentos de tranquilidade, mas acabou sendo depenado no último final de semana, em Praia Grande, no litoral do estado.

No início da tarde do último sábado (5), ao retornarem da praia para a casa de veraneio no bairro Caiçara/Vilamar, onde estavam hospedados há poucas horas, os oito jovens, de 21 a 24 anos, encontraram o local arrombado. Ao adentrarem, os turistas descobriram que seus celulares, notebooks, vídeogames e outros itens, avaliados em cerca de R$ 20 mil, haviam sido furtados.

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“Às 10h da manhã de sábado a gente foi pra praia, no Caiçara'', explicou o jornalista de 21 anos Marcelo Cardoso*, uma das vítimas. “A gente ficou umas duas horas na praia, e voltamos pra almoçar por volta de meio-dia. Quando a gente chegou, a casa estava arrombada já”, lamentou o jovem.

Marcelo afirma que, ao darem de cara com a casa arrombada em plena luz do dia, inicialmente, ele e seus amigos imaginaram que nada havia sido levado. Isso até ele e seus amigos entrarem no local.

“A gente tinha levado um playstation 4 que tinha ficado na sala. Aí, a gente falou, se o videogame não estiver na sala, é porque roubaram. Aí, quando a gente entrou, não estava lá. Então, um amigo nosso saiu correndo para olhar os quartos, na parte de cima, são três andares. Aí, quando a gente chegou no segundo andar, nossas mochilas estavam todas no chão, tudo revirado”, relembra o jovem.

Bairro Vilamar, em Praia Grande Praia Grande - Vilamar - “Tenho medo e não volto nunca mais”, diz turista depenado em Praia Grande Vista aérea de praia Vilamar (Imagem: Reprodução / Google Maps / André Afonso)

Exceto por dois amigos que levaram os celulares à praia, todos os outros foram furtados, diz Marcelo. “Levaram quatro celulares, um notebook de trabalho da minha amiga, de uma outra amiga levaram a carteira com documentos, pegaram um outro videogame de um amigo meu, fora perfume, relógio”, contabiliza o jovem jornalista.

O pior, no entanto, ainda estava por vir. Ao consultar sua conta no banco por meio do celular de um outro amigo, Marcelo afirma que encontrou um rombo em sua conta bancária.

“O dinheiro estava na minha conta. Depois que a gente meio que se organizou, eu estava bloqueando meu chip, meu número e tudo mais. Eu entrei [no aplicativo do banco] pelo celular do meu amigo. Então, confirmei meus dados e entrei, o dinheiro estava na conta. E aí, quando eu fui pegar o Pix de alguém pra transferir, em 10 segundos o dinheiro sumiu. Foi transferido R$ 15.300”, dimensiona o prejuízo, o turista.

Marcelo acredita que, com os furtadores em posse de seu celular e com ele tentando acessar sua conta de outro aparelho, ironicamente, um mecanismo de segurança foi o que possibilitou a transferência fraudulenta.

“Era um iphone 11, nem a polícia sabe dizer ao certo como foi feita essa transferência. O celular estava bloqueado, e pedia senha para entrar no aplicativo. Eles [furtadores] não tinham a senha, então não sei como eles conseguiram. Provavelmente quando eu entrei na conta  pelo reconhecimento facial por outro celular, no meu celular ativou uma notificação, e apareceu meu email, e aí, por meio de algum contato interno do banco, eles conseguiram tirar esse dinheiro da minha conta”, explica o jovem.

Rua João Piedade Gomes, onde furto ocorreu em Praia Grande Caiçara, Vilamar, Praia Grande - “Tenho medo e não volto nunca mais”, diz turista depenado em Praia Grande Rua de Praia Grande, de frente para o mar (Imagem: Reprodução / Google Street View)

Ao todo, Marcelo e seus amigos calculam um prejuízo de aproximadamente R$ 35 mil. Ele afirma que vai tentar reaver junto ao banco o valor da transferência, mas não acredita que consiga recuperar os valiosos objetos furtados.

“A esperança é de recuperar só o dinheiro. Agora celular, videogame, essas coisas, eu acho que não. Esquece isso daí. Não tenho esperança de recuperar”.

Antes do furto, Marcelo afirma que percebeu uma movimentação suspeita de um homem nos arredores, mas só depois a relacionou a tudo que havia acontecido. Segundo o jovem, após o furto, o mesmo homem disse ter visto outras três pessoas entrando na casa.

“Ele falou que viu um gol prata parando na entrada da casa, e entraram três homens grandes. Só que ele disse que não sabia se eram moradores ou não. Mas a gente achou estranho, ele falou um monte de características e não pegou a placa do carro. A gente não sabe se ele só contou uma história ou se realmente foi o que aconteceu”, suspeita o jovem.

Familiar da proprietária da casa, ele revela que não tem intenção de retornar à cidade. “O que fica é a experiência frustrante. Minha avó nunca tinha emprestado a casa pra nenhum neto. Eu tinha sido o primeiro. Fui passar um fim de semana com meus amigos, e aí todo mundo saiu perdendo. Eu fui o que mais me ferrei, mas ainda assim fico preocupado com meus amigos. Nunca mais vou voltar, Deus me livre. Tenho medo. Minha mãe vai tirar férias, ia passar dez dias lá na casa, mas também não vai mais não”, conclui o jovem jornalista.

Marcelo denunciou o furto à polícia de Praia Grande. Segundo a ocorrência, por enquanto, nenhum suspeito foi identificado.  

* Nome fictício, a pedido da vítima que não quis ser identificada

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