Homem chuta barriga de enteada grávida de 4 meses no litoral de SP

Três gerações de mulheres, uma delas ainda no ventre da mãe, foram agredidas na mesma noite pelo mesmo homem, um mecânico de 59 anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.  

Em entrevista ao Portal Costa Norte nesta terça (21), uma das agredidas, uma ajudante geral de 23 anos grávida de 4 meses, disse, sob condição de anonimato, que seu padrasto chegou a chutar sua barriga quando ela saiu em defesa da mãe, que também apanhava. O episódio aconteceu na madrugada deste domingo (19), no bairro Ribeirópolis, a cerca de 14 km do centro de Praia Grande.  

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Grávida pela primeira vez, a jovem afirma que sua mãe, uma dona de casa de 44 anos, a chamou por volta de 1h da madrugada, temendo ser agredida pelo marido. “Eu sou casada, moro perto, em outra casa”, explica. Segundo ela, o motivo da briga é sua irmã adolescente, que vive com o casal e também é enteada do agressor. “Ele não aceita ela. Diz que ela dá muito trabalho”.

Pouco depois do pedido de socorro, a jovem grávida chegou ao local, na rua Araripe Júnior, e chamou por sua mãe, que saiu correndo da casa com o marido em seu encalço. Ao ver sua mãe sendo agredida, ela afirma que interveio e tomou quatro chutes do padrasto, dois deles na barriga.

“Eu fui defender minha mãe e ele me agrediu. Dois chutes pegaram na minha barriga. Senti bastante dor. Bastante. Eu só pedia pra Deus proteger minha filha. Só conseguia pensar nisso”, disse a jovem, com a voz embargada. Dias antes, ela soube que o bebê esperado é uma menina.

Avisados das agressões, policiais militares foram até o local. O padrasto sabia da gravidez da enteada, aponta a ocorrência, registrada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande. A reportagem não conseguiu contatá-lo. A jovem afirma que ele não estava alcoolizado ou sob efeito de drogas. “Ele não bebe”, diz.

Na mesma madrugada, com apoio de policiais, o marido da jovem a levou ao hospital Irmã Dulce, onde ela foi examinada e liberada. “Fui pra área lá da maternidade, com um policial. [Os médicos] me examinaram. Escutei o bebê”, diz, aliviada. Ela afirma que aguarda exames mais detalhados para ter um panorama mais completo da saúde do nascituro.  

À polícia, o padrasto dela disse que chutou a barriga da enteada grávida pois ela “teria invadido sua casa”. No domingo, ele foi preso em flagrante e indiciado por tentativa de aborto sem consentimento da gestante, lesão corporal, violência psicológica contra a mulher e violência doméstica. Dias depois, foi solto.

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A jovem afirma que está abrigando sua mãe e sua irmã adolescente que saíram da casa do padrasto após a agressão. “ [Elas] estão na minha casa, tenho medida protetiva contra ele, então ele não pode chegar perto. Eu decidi que ele não vai ter contato, nem comigo e nem com a minha filha”, explica ela, que, junto do marido, resolveu batizar a bebê de Helena. “Nossa filha é muito especial e estamos ansiosos pela chegada dela. Antes de nascer, já está sendo forte”.