LAÇOS DE PERDÃO

Envergonhada, mulher com fome furta para alimentar família e deixa recado

Artesã se emocionou com o bilhete deixado pela mulher que levou os laços, prometendo entregar o dinheiro futuramente e deixando seu número para contato

Da redação
Publicado em 22/10/2021, às 15h24 - Atualizado às 16h32

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Vítima da fome furta laços de cabelo para vender e alimentar família em vulnerabilidade social  Bilhete escrito "Não sou ladra. Peguei o laço para vender na vizinha e poder comprar comida para minha família. Vou te pagar assim que der”, e ao lado, o número - Arquivo Pessoal
Vítima da fome furta laços de cabelo para vender e alimentar família em vulnerabilidade social Bilhete escrito "Não sou ladra. Peguei o laço para vender na vizinha e poder comprar comida para minha família. Vou te pagar assim que der”, e ao lado, o número - Arquivo Pessoal

Uma mulher, moradora da Baixada Santista, se encontrou sem saída para matar sua fome, neste último sábado (16).

Ao se deparar com uma iniciativa emocionante chamada ‘Mesa de Honestidade’, na cidade de Santos, onde o vendedor deixa o produto sem supervisão e o pagamento é feito pelo próprio cliente, a vítima da fome pegou alguns acessórios de cabelo para vender e pagar a própria comida.

O caso poderia ser encarado como furto, se não fosse por um bilhete deixado nesta mesa, com os dizeres: “'Não sou ladra. Peguei o laço para vender na vizinha e poder comprar comida para minha família. Vou te pagar assim que der”, e ao lado, o número de telefone para contato.

Aline Ketline Mendes, de 31 anos, artesã e idealizadora da ‘Mesa da Honestidade’, se deparou com o bilhete no fim da tarde, por volta das 18h, horário em que a comerciante recolhe a mesa e faz as contas de suas vendas.

Porém, sábado tudo mudou: “Receber uma carta no lugar do dinheiro foi triste, pois mostra que a situação do país não está boa, mas ao mesmo tempo mostra que as pessoas são honestas, mesmo enfrentando dificuldades".

A profissional guarda o contato da mulher, e pensa atualmente em propor uma parceria para ajudar outra família a se alimentar, visto que passou por isso anteriormente: “Tenho certeza que ela vai entrar em contato. Vou propor a ela a revenda dos laços, de maneira correta".

A artesã iniciou a mesa solidária há três anos, quando saiu do trabalho e descobriu que estava grávida. A mulher, procurando meios de levantar renda, iniciou a confecção de laços de cabelo e segue no ramo até os dias atuais.

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