Tubarão surge em rio de Itanhaém e é pego pelo rabo por banhista

Um tubarão surgiu no Rio Itanhaém, na cidade de mesmo nome, no litoral de São Paulo, na tarde desta segunda (21). Surpreendido, o estudante de biologia marinha Paulo Gimenez que estava no rio registrou a aparição do animal.

Nas imagens (assista abaixo) gravadas perto da Boca da Barra, um banhista ainda não identificado chega a puxar o animal pelo rabo tentando tirá-lo da parte rasa, enquanto outros banhistas expressam apreensão. “Puxa não, toma cuidado”, adverte uma pessoa que não aparece no vídeo. Ao fim, o tubarão sai da área rasa e desaparece nas águas.

Ao Portal Costa Norte, o biólogo e divulgador científico Henrique Abrahão Charles afirmou que provavelmente o animal é um tubarão-galha-preta (Carchahinus cf limbatus). Abrahão Charles afirma que o animal pode ter encalhado ao procurar comida.

“Provavelmente, esse tubarão estava ali próximo do leito do rio caçando algum peixe, algum cardume, alguma coisa que levou ele a ir atrás de uma presa. Ele pode ter batido em alguma embarcação, pode ter ficado preso num banco de areia ou algo parecido e os tubarões precisam estar em movimento para continuar a respiração, uma vez que ele fica preso, a oxigenação dele pode não estar muito adequada. [No vídeo] ele está visivelmente desnorteado”, explica o biólogo.

Segundo ele, essa espécie de tubarão geralmente não apresenta perigo para banhistas. “Mesmo assim” diz ele “não é bom não brincar muito com a sorte. Não é aconselhável mexer com nenhum animal silvestre, ainda mais um tubarão. É perigoso”, esclarece o biólogo, que complementa.

“O cara que puxou o tubarão pelo rabo, provavelmente é alguém mais experiente. Alguém tinha que fazer, mas a gente não recomenda que as pessoas mexam, porque mesmo ele não sendo um tubarão que cause ataques esporadicamente ele é um tubarão. Ele tem uma mordedura com dentes muito poderosos e pode acabar mordendo alguém que esteja ali na tentativa de ajudá-lo. Então, isso tem que ser feito com cautela e por pessoas experientes, de preferência da área ambiental”.

Em situações parecidas, explica o biólogo, a ação correta é entrar em contato o mais rapidamente possível com os agentes ambientais. “Os bombeiros também podem ser acionados, porque eles possuem algum tipo de  treinamento.”, conclui Abrahão Charles.

O Instituto Biopesca, que monitora a vida marinha na região, disse que foi ao local na manhã de hoje, após acionamento, e constatou que o tubarão não estava mais no rio.