VÍTIMAS DO LIXO MARINHO

Fragatas emaranhadas em linha de pesca são encontradas mortas no litoral de SP

De acordo com a ONU, as redes, cabos, boias, anzóis, linhas, cordas, gaiolas e pesos perdidos ou descartados nos mares já correspondem a quase 15% de todo o lixo marinho

Da redação
Publicado em 14/09/2021, às 12h08 - Atualizado às 12h59

FacebookTwitterWhatsApp
"Essas aves passaram por diferentes problemas que as levaram ao óbito, entre eles o stress". Fragatas emaranhadas em linha de pesca são encontradas mortas no litoral de SP - Foto: Divulgação Instituto Biopesca
"Essas aves passaram por diferentes problemas que as levaram ao óbito, entre eles o stress". Fragatas emaranhadas em linha de pesca são encontradas mortas no litoral de SP - Foto: Divulgação Instituto Biopesca

Duas fragatas (Fregata magnificiens) emaranhadas em petrecho de pesca e já sem vida foram recolhidas pela equipe do Instituto Biopesca no dia 11 de agosto na praia do Cibratel, em Itanhaém, e na tarde desta segunda-feira (13) foi divulgada as causas da morte.

Faça parte do nosso canal ℹ📲 ➤ https://t.me/tvcostanorteno Telegram, informe-se!

As aves estavam presas por um fio de nylon, que se enroscou na asa de uma e na pata, asa e cauda da outra. “Muito provavelmente, ao ficarem presas, essas aves passaram por diferentes problemas que as levaram ao óbito, entre eles o stress”, explica a médica veterinária Isabella Boaventura. Um dos indicativos para essa condição é o saco gular inflado, como visto na foto.

Esse não é o primeiro registro, pelo Instituto Biopesca, de animais marinhos vitimados por petrechos de pesca. Já ocorreram outros, a exemplo de uma gaivota (Larus dominicanus) com dois anzóis no estômago, resgatada ainda com vida, mas que foi a óbito em decorrência desse problema.

Outra gaivota tinha a pata esquerda enroscada firmemente por um fio de nylon e já estava praticamente decepada pelo objeto. Outro animal, dessa vez uma tartaruga, foi encontrada já sem vida com uma corda presa na boca por um fio grosso que se estendia até seu trato gastrointestinal. ⠀⠀

Esses petrechos de pesca que vitimaram esses animais marinhos são conhecidos como “pesca fantasma”, termo que se refere a redes, cabos, boias, anzóis, linhas, cordas, gaiolas e pesos perdidos ou descartados nos mares. Por ano, de acordo com a ONU, 600 mil toneladas desse material acabam nos mares e já correspondem a quase 15% de todo o lixo marinho.

"Essas aves passaram por diferentes problemas que as levaram ao óbito, entre eles o stress". Fragatas emaranhadas em linha de pesca são encontradas mortas no litoral de SP (Foto: Divulgação Instituto Biopesca)

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!