Em votação unânime, vereadores aprovaram abertura de comissão para análise do pedido de impeachment na sessão desta terça-feira (21). Pedido de afastamento foi rejeitado.
Os vereadores da Câmara de Guarujá, no litoral de São Paulo, aprovaram por unanimidade a abertura de uma Comissão Processante que vai analisar o pedido de impeachment do prefeito Válter Suman (PSDB). A sessão ocorreu na noite desta terça-feira (21). O pedido de afastamento foi rejeitado.
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A comissão, seguindo o devido processo legal, terá 90 dias para concluir os trabalhos, a contar da data em que se efetivar a notificação do investigado.
Na segunda-feira (20), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolou um pedido de impeachment de Suman.
A comissão terá os vereadores Sirana Bosonkian (PTB), Fernando Martins dos Santos (MDB) e Juninho Eroso (PP).
Um outro pedido de impeachment, dessa vez de um grupo de advogados foi rejeitado por 9 votos a 8. O partido Podemos também apresentou denúncia pedindo a cassação do prefeito e da vice, Adriana Machado (PSD), que foi rejeitada.
A população marcou presença na sessão. Grupos usaram faixas para protestar contra o prefeito em frente e dentro da Câmara Municipal de Guarujá.
O prefeito do Guarujá é investigado após suspeitas de desviar mais de R$ 109 milhões da área de saúde. Ele foi preso durante a operação Nácar, da Polícia Federal, junto com o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, na última quarta-feira (15), mas solto no sábado (18).
Na segunda-feira (20), Suman estava de volta ao cargo após a Justiça conceder liberdade provisória.
Operação Nácar
A operação Nácar investiga e aponta o prefeito Valter Suman como 'suposto líder' de um esquema de desvio de dinheiro na rede pública de saúde em meio ao enfrentamento da covid-19 e detalha a função dele e de outros investigados.
A investigação tem como objetivo o combate de possíveis crimes de desvios de recursos públicos e outros crimes correlatos, praticados por grupo criminoso, inclusive, envolvendo verbas federais destinadas ao enfrentamento da pandemia.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nos municípios de Guarujá/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP e Nova Iguaçu/RJ. Participaram da deflagração 125 policiais federais e 6 auditores da CGU. Durante as buscas, foram apreendidos quase R$ 2 milhões, em quatro endereços relacionados aos investigados.
Dentre as medidas determinadas pela Justiça Federal, estão o bloqueio de mais de R$ 7 milhões de bens e valores de envolvidos.
Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos de prisão.
Nácar é a substância liberada pela ostra para se proteger e conter o corpo estranho, formando assim a pérola. O nome da operação é uma alusão ao processo de contenção de ações criminosas no município do Guarujá, conhecido como Pérola do Atlântico, e 19 é o evento (covid-19) que motivou a destinação dos recursos públicos federais, possivelmente desviados.
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