POVOS TRADICIONAIS

Celebrações do Dia do Índio prosseguem em território guarani no litoral de SP

Oito dias de homenagens aos costumes indígenas na aldeia Rio Silveira se aproximam da reta final. Trilhas pelo território, cantos, pinturas corporais e outras atividades continuam. Cacique Adolfo Wera Mirim faz balanço positivo

Da redação
Publicado em 21/04/2022, às 12h03 - Atualizado em 25/04/2022, às 11h27

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Luta marcial Huka-Huka na Aldeia Afukuri da etnia Kuikuro Kuikuro - Guaranis da aldeia Rio Silveira abrem as portas de seu território no litoral de SP em celebração ao Dia do Índio - Imagem meramente ilustrativa: Reprodução / Prefeitura de Bertioga / FIB
Luta marcial Huka-Huka na Aldeia Afukuri da etnia Kuikuro Kuikuro - Guaranis da aldeia Rio Silveira abrem as portas de seu território no litoral de SP em celebração ao Dia do Índio - Imagem meramente ilustrativa: Reprodução / Prefeitura de Bertioga / FIB

Os oito dias de festividades em celebração ao Dia do Índio continuam na aldeia guarani Rio Silveira, na divisa entre Bertioga e São Sebastião, no litoral de São Paulo.

“Está sendo bom. Visitação de estudantes. Visitas de amigos. A intenção é trazer as festividades mesmo para a aldeia”, disse, nesta quinta (21), o cacique Adolfo Wera Mirim, ao fazer um balanço das celebrações que vão até o próximo domingo (24).

A semana de festividades no território Rio Silveiracomeçou no último sábado (16), quando os povos Guarani Mbya e Tupi-Guarani Ñandeva que ocupam aquelas paragens abriram as portas aos visitantes para uma série de atividades que mostram o rico cotidiano tradicional da aldeia.  

Segundo o cacique Wera Mirim, nos seis dias de festividades que já passaram, houve trilhas pelas paisagens do território, oficinas de arco e flecha, cantos e pinturas corporais tradicionais, entre outras atividades culturais.

Celebrações acontecem durante oito dias no mês dos índios Banner - Guaranis da aldeia Rio Silveira abrem as portas de seu território no litoral de SP em celebração ao Dia do Índio Cartaz com menina indigena (Imagem: Divulgação / Aldeia Rio Silveira)

O fluxo de visitantes, disse Wera Mirim, se deu dentro do esperado. “Está tendo um público normal até agora. O pessoal gosta. Essa visitação organizada, planejada, monitorada, sempre é bem-vinda. Visitantes são sempre bem-vindos”.

Segundo o cacique, a programação para os próximos dias até o encerramento da semana no domingo é similar a dos dias anteriores. “As atividades culturais sempre continuam as mesmas, todo dia”, explica.

Além das atividades culturais, os visitantes também têm o privilégio de adquirir objetos artísticos tradicionais criados pelos nativos, além de parte do que é cultivado pelas cerca de 120 famílias que vivem na aldeia.

“Tem venda de artesanato e de alimentos da aldeia. Banana, palmito, mudas de plantas ornamentais. [A venda] acaba sempre ajudando as famílias da aldeia e ajuda a conscientizar o visitante” explicou Wera Mirim .

Índigena da Aldeia Ribeirão Silveira com pintura tradicional durante Festival Indígena de Bertioga Capa - Guaranis da aldeia Rio Silveira abrem as portas de seu território no litoral de SP em celebração ao Dia do Índio Índigena com pintura tradicional no r (Imagem: Divulgação FIB / Prefeitura de Bertioga)

A período das celebrações da aldeia Rio Silveira, que têm apoio cultural do Sistema Costa Norte, coincide em parte com o do Festival Indígena de Bertioga (FIB), que começou três dias depois, no dia 19, e termina um dia antes, neste sábado (23), no Parque dos Tupiniquins, região central de Bertioga.

A programação de ambos os eventos busca preservar, valorizar e divulgar os costumes indígenas. Organizado pela gestão municipal de Bertioga e produzido pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), o FIB é integrado com a semana de celebrações da aldeia Rio Silveira, mas tem também a participação de outras etnias do litoral e do Brasil.

“Essa semana de festividades é pra mostrar tudo isso”, explicou o cacique Adolfo Wera Mirim antes do início das celebrações. “A sociedade precisa vir conhecer a aldeia, porque a cidade eles já conhecem. É um intercâmbio de conhecimento. E não é só festa. É luta e resistência. Nós vivemos de acordo com nossa cultura milenar. Falamos nossa língua. Temos nossos cantos, danças. O povo precisa conhecer essa tradição”.

Como chegar

A aldeia guarani Rio Silveira está localizada Av. Tupi Guarani, em Bertioga, perto do quilômetro 183 da rodovia Manoel Hypolito Rego, na divisa entre Bertioga e São Sebastião, em Boracéia, bairro da região sul de Bertioga.   

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