Carta de combate ao lixo no mar é assinada em Bertioga

Para abrir o projeto Verão no Clima 2019, foi realizado o workshop Lixo no Mar, que ocorreu durante toda a quinta-feira, 6, no auditório do Sesc Bertioga. Cerca de 16 secretários municipais de meio ambiente participaram do evento, que teve como intuito elaborar uma proposta conjunta de política de combate ao lixo marinho e áreas costeiras paulistas. Também foram assinados o convênio entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo para revisão do revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, e também a Carta do Litoral Paulista de Combate ao Lixo no Mar. 

O secretário estadual de Meio Ambiente Eduardo Trani comentou sobre Bertioga sediar o primeiro evento do programa. "É uma iniciativa fantástica para que nós tenhamos de fato uma ação de meio ambiente junto às nossas praias; janeiro e fevereiro serão um exemplo. O município, nesse primeiro momento, é nosso grande homenageado".

Ele aproveitou a temática para citar a aprovação do plano de manejo do Parque Estadual da Restinga de Bertioga, feita pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente, na terça-feira, 4.  "Esse parque estadual é um grande atributo da região e nós vamos fazer disso um valor enorme em termos de desenvolvimento sustentável para o nosso litoral". Trani ressaltou os quase 90% de território protegidos da cidade. "Bertioga é aquele município que protege a nossa Mata Atlântica, sobretudo, a fitofisionomia da restinga e, por isso, a importância do Perb. Além disso é um município que tem tido investimentos  de um desenvolvimento sustentável com experiências bem importantes". 

Além de Trani, a mesa para a apresentação da Carta do Litoral Paulista para o Combate ao Lixo no Mar foi composta pelo secretário de Meio Ambiente de Cananeia Erick Willy Weissenberg Batista; a representante do Instituto de Oceanografia da USP Maria Regina Dinadai; o prefeito de Bertioga Caio Matheus; a coordenadora ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente Maria de Lourdes Rocha Freira; e o representante da empresa Mercado Jovem Rodrigo Clemente. A versão final do documento, elaborado com base em políticas públicas já adotadas, com o compromisso de cooperar na construção das novas estratégias para combater os resíduos jogados no mar, foi assinada no evento. 

Durante o workshop, foi lançado o Portal de Educação Ambiental do Sistema Ambiental Paulista, com informações sobre políticas públicas de meio ambiente e atividades de educação ambiental, o portal conta com uma área interativa, no qual a programação foi transmitida ao vivo. Houve também a apresentação sobre a Plataforma de Dados sobre Lixo nas Áreas Costeiras Paulistas, proposta que pretende unificar uma metodologia de coleta e identificação do lixo marinho, já realizado por diversas iniciativas e ONGs em mutirões de limpeza, e que será testada durante os mutirões do Verão no Clima. O objetivo dessa plataforma será concentrar e sistematizar informações sobre os tipos de lixo encontrados, de forma a fomentar políticas públicas específicas.

Já a mesa redonda, intitulada Rumo a uma Política Estadual de Combate ao Lixo Marinho: Estratégias e Desafios, reuniu exposições de profissionais do tema em âmbitos internacional, nacional, estadual e municipal. O evento foi encerrado com um debate com o público, composto por ambientalistas, estudantes e representantes de entidades voltadas para a temática. 

Verão no Clima 

O projeto Verão no Clima foi criado pela SMA, com apoio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Fundação Florestal e da Polícia Militar Ambiental, em parceria com as prefeituras e entidades não governamentais (ONGs). Em vista dos alarmantes níveis de poluição no mar e dos impactos gerados em sua biodiversidade, durante esta época do ano, são desenvolvidas diversas atividades como mutirões de limpeza, corridas, caminhadas e tendas temáticas, com o objetivo de conscientizar turistas e população local sobre hábitos corretos de descarte e redução de resíduos.

Alinhadas às diretrizes do projeto Verão no Clima e das Unidades de Conservação Marinhas, dão início a uma construção colaborativa de subsídios para a formulação de política de combate ao lixo marinho no estado de São Paulo.

Esta iniciativa também conta com a participação conjunta de prefeituras, institutos de pesquisa, setor privado, comunidades pesqueiras e agentes que atuam em movimentos de limpeza de resíduos no mar, de forma a reunir conhecimentos e experiências que contribuam no diagnóstico destes impactos e num plano de ação para todo o litoral paulista.