São muitos atrativos ao longo de sete quilômetros enfeitados por jardins e monumentos; tem história, esporte, gastronomia, cultura, com rica divesidade
Por toda extensão dos 7 quilômetros da orla, do José Menino à Ponta da Praia, em Santos, no litoral paulista, é possível notar duas realidades: de um lado pedestres apressados, edifícios residenciais, hotéis, pousadas, comércios, escolas, universidades, supermercados, clubes, casas noturnas. Mas é só atravessar a avenida para chegar a um imenso tapete verde com equipamentos de lazer e cultura, quiosques de lanches e água de coco, esportistas a correr, pedalar e praticar as mais diversas atividades físicas, além, claro, do sossego à beira mar.
Os postos de Salvamento são boas alternativas culturais. São seis postos, sendo que em cinco acontecem diferentes atividades, a maioria, grátis. O Posto 2, por exemplo, atende, desde 1992, a Escolinha Radical, primeira escola pública de surf do Brasil. O Posto 3, abriga o primeiro Laboratório Municipal de Controle Ambiental de todo o litoral brasileiro, onde são realizados testes de balneabilidade, além de mini-cursos, palestras e oficinas relacionadas ao assunto.
Adiante, está a concha acústica projetada para abrigar espetáculos ao ar livre como teatros e apresentações musicais, com capacidade de público de 300 pessoas.
Nos Postos de Salvamento 4, 5 e 6 funcionam, respectivamente, o Cine Arte, a Gibiteca e Biblioteca. A sala do Cine Arte é modesta, mas o conteúdo oferecido não. Ali, são exibidos filmes de arte nacionais e estrangeiros a preços bem populares. A Gibiteca é parada obrigatória para apaixonados por quadrinhos de todas as idades. No conjunto de mais de quinze mil gibis, estão exemplares raros como Globo Juvenil além de coleções do Batman, Super-Homem, entre outros.
No último posto, está a biblioteca Mario Faria. Ali é possível ler jornais e revistas, realizar pesquisas escolares e consultas literárias. A variedade de títulos é grande, cerca de doze mil livros, sendo que é possível solicitar o empréstimo de boa parte do acervo. Ali também acontecem exposições de artes, encontros de poetas e palestras.
Próximo dali, a tradicional fonte do Sapo, cujo nome deriva dos anfíbios que ornam a fonte. O local é ponto de encontro para crianças e idosos. No entorno da fonte há uma pista para que os pequenos pedalem, patinem e brinquem. Aos domingos, no final da tarde, acontece um baile com música ao vivo voltado à terceira idade.
E como as avenidas da praia transpiram histórias, não poderiam faltar espaços como a Pinacoteca Benedicto Calixto, importante acervo cultural de Santos, e o Museu de Pesca. Na Pinacoteca estão obras do pintor que eternizaram momentos históricos. Suas pinturas estão expostas na Bolsa do Café e Museu do Ipiranga, na capital, entre outros.
Abrigada em um suntuoso casarão eclético, tem escadaria de mármore Carrara e corrimão de ferro maciço, além de afrescos e um jardins de inverno, sendo esses dois últimos acrescentados durante uma reforma em 1922. A casa recebe exposições de artistas renomados, além de apresentações musicais, artísticas, amostras florais, e disponibiliza ao público uma biblioteca especializada em artes.
E que santista nunca ouviu falar do famoso esqueleto da Baleia, de 23 metros e sete toneladas, exibida no Museu de Pesca? Além da ossada podem ser vistos a única lula gigante exposta na América Latina, tubarões taxidermizados , representações dos quatros ecossistemas da região (mangue, costão rochoso, praia arenosa e fundo do mar), bem como variedades marinhas e uma embarcação da década de 1930.
Há ainda um patrimônio de fotos antigas que retratam seu passado de antigo Forte Augusto, construído em 1734 para defender o estuário Santista, ao atual Museu. Os mais corajosos podem visitar o quarto do Capitão Padilha, cujo fantasma, segundo a lenda, toma conta do prédio. Verdade ou não, para saber mais é preciso fazer esse passeio.
Na praia também fica o Aquário Municipal, inaugurado em 1945 pelo presidente Getúlio Vargas. A principal atração é o lobo-marinho com seus gracejos, mas os pinguins também estão no rol das atrações concorridas. O visitante pode conhecer diversas espécies de peixes, tubarões, raias, tartarugas e corais, além do tanque de toque, onde é possível tatear anêmonas e ouriços.
As praias santistas não são separadas por nenhuma divisão geográfica, sendo identificadas apenas pelo bairro em que estão situadas.
José Menino – Homenageia José Honório Bueno, dono de um sítio que produzia arroz, feijão e farinha durante o século XIX. Com sua morte, em 1854, suas terras foram vendidas e o novo proprietário loteou o terreno, vendendo-o a várias pessoas, iniciando assim, a expansão imobiliária do bairro. José recebeu de amigos e parentes o apelido de ‘menino’, por ser baixo e magro, além de ter se casado pela segunda vez aos 70 anos com uma jovem de 16 anos, com teve três filhos.
Pompéia – Referência à igreja de mesmo nome, pertencia ao bairro José Menino até 1998, quando passou a ser bairro.
Gonzaga – Homenagem a Antonio Luiz Gonzaga, fundador da primeira carpintaria e serraria a vapor de Santos. Em 1885, mudou-se para uma chácara na orla (hoje agência da Caixa Econômica Federal), onde iniciou as atividades do bar do Gonzaga, local de início da urbanização do bairro.
Boqueirão – Conhecido antigamente como Boqueirão da Barra, passou a ser chamado pelo nome atual por volta de 1840. Há mais de 150 anos, antes da abertura das avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias, era o único caminho para se chegar à praia e desembocava num ‘boqueirão’ de areia acumulada e revolta. Seu nome significa ‘Caminho para o mar’.
Embaré – Antigamente todas as praias santistas recebiam essa denominação que significa ‘águas boas para banho’. Iniciou com a chácara do Visconde do Embaré e a capela de Santo Antônio. As maiores chácaras da época ficavam localizadas nessa região.
Aparecida – Criado há pouco mais de 30 anos, o bairro homenageia Nossa Senhora da Aparecida, que nomeia a Igreja, que entornou o desenvolvimento do bairro.
Ponta da Praia – O nome já diz: é o extremo natural das praias santistas. Foi um dos últimos bairros praianos a ser ocupado, por ter sido um dos últimos a receber pavimento e saneamento.