Prainha Branca: caminho para descobertas históricas

Trilha leve e fresca, à beira do Canal de Bertioga, leva à ruínas históricas

Eleni Nogueira
Publicado em 12/11/2018, às 14h02 - Atualizado em 22/12/2020, às 16h37

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Forte São Felipe - Pedro Rezende
Forte São Felipe - Pedro Rezende

Imagem acervo site

Escolheu a  Prainha Branca , em  , como roteiro? No caminho aproveite para conhecer dois ricos elementos históricos do século XVI: as ruínas da Ermida de Santo Antônio do Guaibê, onde o padre José de Anchieta catequizou os índios tupiniquins e escreveu o livro Milagre dos Anjos; e as do Forte São Felipe, construído em 1557, com o objetivo de defender o Canal de Bertioga, em conjunto com a artilharia do  Bertioga

Basta pegar a trilha conhecida como Caminho de baixo, que tem início ao lado da balsa de travessia Guarujá-Bertioga. Mas atenção: ao invés de seguir pela trilha calçada, que sobe e leva direto para a Prainha Branca, desça para a parte de terra e siga reto.

O caminho é plano, fresco e agradável, já que é todo coberto pela vegetação de Mata Atlântica preservada e beira o canal de Bertioga, uma boa dica, também, para quem gosta de pedalar em trilhas.

A primeira bifurcação sobe de encontro à trilha da Prainha Branca, continue reto e você chegará à Ermida. Mais à frente, um conjunto de casas e um barzinho, a Toca da Garoupa, onde é possível refrescar-se e até fazer um lanchinho, depois é só seguir que chegará às ruínas da fortaleza.

Ermida de Santo Antônio

Imagem acervo site

Acredita-se que esta seja uma das primeiras igrejas do Brasil, construída por volta de 1560, por José Adorno, e seria usada por jesuítas para catequizar indígenas.

Atualmente, o acesso é feito por barco ou pela trilha próxima à travessia de balsas Guarujá-Bertioga. A construção da ermida é constituída por pedras com sambaquis e óleo de baleia com conchas.

Milagre das Luzes

Imagem acervo site

Conta a história que nas ruínas da igreja teria ocorrido o chamado Milagre das Luzes, de José de Anchieta. A história contada é de que o padre, que costumava alojar-se no Forte São João e orava pela paz entre brancos e índios, certa noite foi levado à ermida para rezar e negou-se a ficar com o candeeiro oferecido pelo barqueiro.

Mais tarde, ouviu-se música e, ao abrir a janela da fortaleza, a mulher do barqueiro viu a igreja toda iluminada. Para homenagear o santo, todos os anos, no mês de junho, Bertioga promove a celebração de São José de Anchieta com encenação do Milagre das Luzes e saídas de barco pelo Canal de Bertioga, do qual os espectadores podem assistir a um ator declamando poesias do santo na área das ruínas.

Forte São Felipe

Imagem acervo site

Construído em 1552, para proteção do canal de Bertioga. Pouco existe da grande fortaleza de pedra, construída pelo capitão-mor Braz Cubas, hoje em ruínas, em frente ao Forte São João. Apenas resistiram ao tempo as muralhas de granito, uma guarita, que marca o ângulo sul, e um poço interno.

O primeiro artilheiro do Forte de São Felipe foi o alemão Hans Staden, que ficou famoso, na época, pois, ao voltar à Europa, escreveu o livro Duas viagens ao Brasil, publicado em 1557. Segundo a história, ele quase foi devorado pelos índios tupinambás. Do século XVII ao XIX, o forte foi a sede do Real Contrato da Armação das Baleias, construída em 1748, onde eram recolhidos todos os apetrechos utilizados para a captura e processamento do óleo extraído do mamífero, utilizado para iluminação e construção. 

Em 1798, a fortaleza passou por uma reforma geral. Hoje, restam apenas as muralhas, tombadas pelo IPHAN desde 1965, de onde se tem uma vista maravilhosa do mar aberto e de toda a orla de Bertioga.

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