Litoral norte

Mais de 40 tubarões-martelo são flagrados no arquipélago de Alcatrazes

Tubarões-martelo foram avistados por grupo de visitantes; ICMBio ressalta importância do registro em Alcatrazes

Estéfani Braz
Publicado em 21/03/2024, às 21h00 - Atualizado em 22/03/2024, às 08h41

FacebookTwitterWhatsApp
Tubarão-martelo é uma espécie considerada inofensiva e não representa ameaça aos seres humanos - Divulgação/ICMBio
Tubarão-martelo é uma espécie considerada inofensiva e não representa ameaça aos seres humanos - Divulgação/ICMBio

Um grupo de moradores de Ilhabela avistou, no último domingo (17), mais de 40 tubarões-martelo durante a prática de mergulho livre no Arquipélago de Alcatrazes. As imagens foram divulgadas, na quarta-feira (20), pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).

Os visitantes foram ao local por intermédio de uma operadora de passeio e estavam acompanhados por monitores do instituto, responsável pela gestão da Estação Ecológica Tupinambás  e Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes. 

A chefe do ICMBio Alcatrazes, Thais Rodrigues, conta que o aparecimento de tubarões no arquipélago de Alcatrazes significa que os trabalhos realizados pelo instituto estão no caminho certo. “É um forte indicativo de eficiência no estado de conservação do ambiente marinho, uma vez que são animais que ocupam posição de topo na cadeia alimentar.  Para nós, representa um resultado prático do investimento que temos feito em esforços de fiscalização,  que reduziram as ocorrências de pesca. Tubarões no local demonstram um ambiente rico em biodiversidade, equilibrado e saudável,  que é justamente o objetivo que buscamos com a existência das unidades de conservação presentes ali”. 

O grupo de visitantes era composto por cerca de 15 amigos, entre velejadores, surfistas e mergulhadores de Ilhabela.  O tubarão-martelo é uma espécie considerada inofensiva e não representa ameaça aos seres humanos. 

Thaís reforça ainda que, por vários anos, não foi comum o aparecimento dos animais por causa da pesca excessiva no local. Com a criação do Refúgio de Alcatrazes, em 2016, houve mudança na conservação. “A partir daí houve um processo de estruturação desta unidade de conservação e de investimentos nos esforços de coibição da pesca ilegal, presença institucional, apoio às pesquisas científicas,  apoio do trade turístico e dos demais atores que participam dos processos de gestão. Esse conjunto de medidas foi fundamental, ao longo dos últimos anos, no alcance deste resultado de conservação, culminando hoje no reaparecimento destas espécies”.

Unidades de Conservação  

O Refúgio de Alcatrazes tem mais de 67,4 mil hectares e abriga mais de 1,3 mil espécies, das quais 100 sofrem ameaça de extinção. Já a Estação Ecológica Tupinambás tem 2,4 mil hectares. Ambas as unidades de conservação, localizadas no litoral norte do estado de São Paulo, na região das cidades de São Sebastião e Ilhabela, funcionam em conjunto por meio do Núcleo de Gestão Integrada Alcatrazes. 

Ainda segundo Thaís Rodrigues, o ICMBio possui uma base estruturada e dedicada a cuidar do arquipélago. “Nossa atuação se dá em quatro principais frentes de trabalho: fiscalização,  apoio a pesquisa, controle/monitoramento de espécies exóticas e invasoras e apoio ao uso público (visitação de baixo impacto, educação ambiental e voluntariado). Dentro desse escopo, que é dedicado de forma geral à conservação da biodiversidade das unidades de conservação do local, realizamos atividades diversas, investindo a maior parte dos esforços da equipe e estrutura operacional/financeira para ações em campo. A equipe do ICMBio está presente no arquipélago de Alcatrazes cerca de 250 dias por ano”.

Estéfani Braz

Estéfani Braz

Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!