CONCORRÊNCIA ABERTA

Espaço para um guarda-sol ou três passos; conheça a menor praia do mundo

Praia é acessada por barco, mas desembarque não é realizado por causa do seu pequeno tamanho, que não comporta muitos turistas e por medidas de segurança

Reginaldo Pupo
Publicado em 15/03/2024, às 06h00

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O trecho de areia, que atravessa a ilha de um lado ao outro,  possui 4,30 metros de extensão - Divulgação
O trecho de areia, que atravessa a ilha de um lado ao outro, possui 4,30 metros de extensão - Divulgação

As praias da Paciência, localizada no município de Penha, em Santa Catarina, e de Gulpiyuri, situada nas Astúrias, na Espanha, têm um título em comum. São consideradas, respectivamente, as menores praias do Brasil e do mundo, de acordo com sites de viagens existentes no planeta. A praia espanhola tem cerca de 40 metros de extensão, enquanto a faixa de areia da praia catarinense possui 20 metros.  

As duas cidades, porém, podem perder o “título” em breve. O município de Ubatuba diz abrigar, de fato, a menor praia do Brasil e do mundo. E quer registrar o feito no Guinness Book, para desbancar as “rivais”. Somente Gulpiyuri consta no livro dos recordes. 

A praia fica ao norte de Ubatuba, em uma ilhota conhecida por ilha da Selinha ou ilha Rachada, que recebe esse segundo nome por causa de uma fenda existente entre duas formações rochosas.  É justamente na fenda, que “rasga” a ilha ao meio, que fica a praia. Vista por um determinado ângulo da ilha, o trecho de areia possui modestos 4,30 metros de extensão.

praia entre duas rochas
A praia está localizada na fenda que “rasga” a ilha ao meio - Divulgação

A faixa de areia atravessa até o lado oposto da ilha, cerca de 15 metros de areia fofa e pedras, espremida entre os dois gigantes paredões que formam a fenda.  Esse trecho é estreito. Na parte mais larga, possui cerca de quatro metros, mas a maior parte possui cerca de dois metros de largura. Vista do alto, em imagens aéreas,  a ilha tem o formato de coração. Na largura da areia, é possível abrir apenas um guarda-sol, ou dar três passos. 

Embarque proibido 

A ilha Rachada está no roteiro de diversos receptivos turísticos, que realizam passeios de lancha em Ubatuba, mas o desembarque não é realizado devido ao tamanho do lugar, que não comportaria a quantidade de turistas, e por medidas de segurança.

 Édson Magalhães, da Nautika Tour, uma das operadoras que realizam passeios de lancha para as ilhas de Ubatuba, explica: “Para chegar à faixa de areia, há um aglomerado de pedras que geram fortes ondas, de acordo com a força do mar, o que poderia gerar sérios acidentes durante o embarque e desembarque dos turistas. Além disso, tem a questão da preservação ambiental da ilha Rachada. Fazemos paradas em seu entorno, apenas para contemplação, para que os turistas possam fotografar e filmar. As lanchas (de operadoras que realizam os passeios) param a uma distância segura da ilha”.  

No entanto, muitos praticantes de stand-up, caiaque e proprietários de pequenas embarcações particulares acessam a ilha nas primeiras horas da manhã, quando o mar está calmo, apesar da falta de estrutura para atracação de embarcações e de água potável. Quem chega de barco, precisa ancorá-lo a uma certa distância, longe das formações rochosas, e nadar até a praia. 

Divulgação 

Apesar de a Ilha Rachada constar no roteiro da maioria das agências de turismo, que realizam passeios de lancha, o lugar não é oficializado pela prefeitura como atrativo turístico. De acordo com os operadores, também nunca houve, até agora, interesse em divulgar a praia existente na ilha como “a menor do Brasil” ou “a menor do mundo”. 

Diante da ampla divulgação do lugar, que já ocorre há anos nas redes sociais, por meio de registros feitos por turistas, a prefeitura de Ubatuba informou que desenvolve uma campanha de divulgação do atrativo, por intermédio da Secretaria de Turismo do município, e que se tornará oficial. Os passeios, porém, serão apenas para contemplação. 

Em nota, o município informou que pretende registrar o local no livro dos recordes. "Temos interesse em incluí-la no Guiness Book, e estamos viabilizando alguma forma de poder cumprir os critérios, sabendo-se que a ilha é um atrativo visual no qual não é permitido desembarcar para poder colher os registros fisicamente”. 

Para isso, a prefeitura explicou que está realizando os levantamentos e pareceres jurídicos, para viabilizar o registro a fim de dar entrada no pedido de reconhecimento do atrativo na publicação. Segundo a prefeitura, “a ilha da Selinha é recoberta por espécies vegetais de predominância da Mata Atlântica e, por ser habitada (por espécies de aves marinhas) e seus entornos serem de costões rochosos, levamos em conta também a sua preservação, por isso esses levantamentos são importantes para que, depois, possamos seguir com a inclusão do atrativo no Guiness Book”. 

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