BELEZA NATURAL

Desafio para aventureiros: maior cachoeira do estado de SP fica em Ubatuba

A Cachoeira da Água Branca é conhecida por sua imensa queda d'água de 180 metros e sua complexa trilha que é a preferida dos amantes de adrenalina

Gabriela Petarnella
Publicado em 20/10/2023, às 08h25

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A trilha que leva a cachoeira tem diversos atrativos e paradas em outras quedas no caminho - Fundação Florestal
A trilha que leva a cachoeira tem diversos atrativos e paradas em outras quedas no caminho - Fundação Florestal

Ubatuba é um berço de muita beleza e na região sul da cidade, existe um segredo natural pouco explorado: a deslumbrante Cachoeira da Água Branca. Com impressionantes 180 metros de quedas d'água em cascatas, ela é considerada a maior do estado de São Paulo, de acordo com a Fundação Florestal, o que a torna um patrimônio ambiental da região.

A cachoeira é famosa pelo seu formato que lembra um véu de noiva, com várias quedas sucessivas. Localizada dentro dos limites do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), o acesso a ela se dá somente por trilha, que é classificada como difícil.

O percurso exige uma certa determinação. A trilha começa na Cachoeira da Renata, no Sertão da Quina, e oferece estrutura com estacionamento, banheiros e camping. A jornada tem cerca de 5 quilômetros até a queda d'água e para iniciar essa jornada é obrigatório agendar a visita, estar acompanhado de um guia ou monitor ambiental.

A trilha tem duração de aproximadamente 2 a 3 horas de ida e os visitantes podem ainda apreciar diversos outros atrativos no caminho que compõem o Circuito das Cachoeiras do Sertão da Quina, como o Poço Verde, quedas d'água menores, a Cachoeira da Queda Brava e a Cachoeira do Chafariz. Todas as paradas são ótimos pontos para se refrescar e descansar.

Após a última parada, a trilha se fecha e a Mata Atlântica que cerca o local se torna um espetáculo à parte. Esta é uma ótima chance para apreciar a biodiversidade da Mata Atlântica preservada, onde animais e plantas vivem livremente. Por conta da mata ao redor e do encontro com animais silvestres, é obrigatório também, que os visitantes façam a trilha com sapatos fechados e calças que cubram os tornozelos.

Ao chegar na base da cachoeira, ainda existe a opção de seguir em frente até o mirante onde pode-se admirar a queda d'água por completo. Porém, este caminho exige mais esforço físico, sendo necessário uma caminhada por um trajeto bem inclinado, quase se tornando uma escalada. Mas no final, todo o esforço vale a pena e quem visita não se arrepende.

Ao contemplá-la do mirante, é possível observar duas outras quedas que surgem das laterais e se juntam à queda principal, se tornando uma única cascata que deságua em um poço que renova as energias dos banhistas.

E tem história

Em torno de 1950, uma pesquisa estava sendo feita no local utilizando sondagens nas paredes de granito verde em torno da Cachoeira da Água Branca, para que fosse instalada ali uma usina hidrelétrica conectada à represa de Paraibuna. Durante mais de um ano essas pesquisas foram feitas a partir de motores que consumiam um alto volume de combustível e explosivos. 

O método foi abandonado com a constatação de que o fluxo de água pudesse ser direcionado para a região litorânea, inundando casas, plantações no Sertão da Quina e o bairro de Maranduba em casos de alta vazão da represa.

De acordo com o monitor de truismo Gabriel Barrozo, a comunidade mais antiga da região conta que os locais frequentavam o Sertão e o Alto da Serra, atravessando as matas para participar de jogos de futebol e festejos religiosos, que até hoje são tradição. "Ainda se faz o delicioso afogado que faziam em dias de festa na igreja do bairro alto. É bom participar dessas comemorações e ouvir histórias dos mais velhos que gostam de relembrar o passado e o manter presente", ressalta.

Gabriela Petarnella

Gabriela Petarnella

Jornalista formada pelo Centro Universitário Módulo. Possui experiência em videorreportagem e fotojornalismo

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