Vítimas das chuvas em São Sebastião reclamam da falta de assistência do município

Quatro meses se passaram desde a tragédia que abalou o litoral norte de São Paulo, quando dezenas de moradores perderam suas vidas devido às fortes chuvas ocorridas em fevereiro. Algumas das famílias afetadas pelos deslizamentos e alagamentos encontram-se atualmente no Conjunto Habitacional Caminho das Árvores, no bairro Jardim Raphael, em Bertioga, cidade vizinha a São Sebastião, e afirmam: a vida não está nada fácil.

Para conhecer a realidade dessas vítimas que agora residem no conjunto habitacional, conversamos com alguns moradores que compartilharam suas experiências.

Laércio Pereira expressou sua insatisfação em relação ao apoio fornecido pela prefeitura de São Sebastião. "Está sendo muito difícil viver nessas casas. Não temos o suporte necessário, e a prefeitura não tem nos dado o apoio adequado", desabafou.

Lucas Conceição revelou que recebeu orientações para retornar à sua antiga moradia, mesmo sendo uma área de risco. "Nos disseram para voltarmos para onde morávamos antes, mesmo sabendo que era uma região perigosa. Ficamos sem opções". 

Já Djackson Passos revela o sofrimento do dia-a-dia, após passar pela mudança temporária e não receber ajuda para mobiliar a casa: "A gente está aqui em uma situação muito difícil, sem nada dentro de casa; as roupas estão todas no chão. Pedimos uma força, que ajudem a gente".

A equipe de reportagem do Portal Costa Norte entrou em contato com a prefeitura de São Sebastião, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. 

Baleia Verde

O governo do estado de São Paulo deu início às obras no bairro Baleia Verde, que serão destinadas às vítimas das chuvas. Segundo informações do governo estadual, a previsão é que até outubro as famílias que atualmente residem em Bertioga já estejam instaladas nas novas unidades habitacionais.

A escolha do local para a construção das novas casas no bairro da Baleia Verde foi questionada pela população em virtude de recente alagamento ocorrido devido à chuvas na região. No entanto, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, explicou que o terreno foi elevado à rua para garantir a segurança dos moradores. O governo de São Paulo reitera que não há possibilidade de alagamento na área.