SINAL DE ALERTA

Déficit de policiais civis na Baixada Santista atinge 24%, diz Sindpesp

Santos, Guarujá, Bertioga e Cubatão, cidades da Seccional santista, têm um quarto de policiais civis a menos como mostra o Defasômetro, ferramenta do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo que monitora baixas na instituição

Da redação
Publicado em 04/08/2023, às 11h49 - Atualizado às 12h14

FacebookTwitterWhatsApp
Presidente do Sindpesp Jacqueline Valadares é quem faz o alerta  Presidente do Sindpesp Jacqueline Valadares - Sindpesp
Presidente do Sindpesp Jacqueline Valadares é quem faz o alerta Presidente do Sindpesp Jacqueline Valadares - Sindpesp

O tema segurança no litoral paulista, em especial na Baixada Santista, é assunto nacional em decorrência da Operação Escudo da Polícia Militar deflagrada em 28 de junho, e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) aproveitou o momento para fazer um alerta: a Polícia Civil da Região enfrenta déficit de 24%!

A informação é da presidente da entidade Jacqueline Valadares. Ela afirma que diante deste cenário são menos policiais para atender a comunidade, investigar crimes e fechar o cerco às facções do tráfico de drogas que, de acordo com ela, dominam a região.

Jacqueline Valadares pontua: “Uma das consequências do desmonte a que a Polícia Civil foi submetida nos últimos anos, e que temos denunciado, é este cenário na Baixada Santista com facções cada vez mais especializadas e se sentindo à vontade, inclusive, ao ponto de investirem contra agentes da lei como ocorreu no atentado covarde, dias atrás, que tirou a vida de um policial militar, trabalhador, pai de família”. 

Segundo dados do sindicato, na área da Delegacia Seccional de Santos, que abarca também os municípios de Guarujá, Bertioga e Cubatão, deveriam ser 561 os cargos ocupados. Contudo, apenas 426 estão preenchidos - faltam 137 policiais civis, o que representa um déficit de 24%. Os números são de outubro de 2022 do Defasômetro, ferramenta do Sindpesp que contabiliza perdas nos quadros da instituição por morte, exoneração e aposentadoria.  

Ainda de acordo com os dados, na Baixada Santista faltam, principalmente, agentes policiais. Hoje, há 60 quando o mínimo seriam 193. Além disso, são dois papiloscopistas para seis vagas e dez auxiliares de papiloscopista para 26 cargos que deveriam, em tese, estar ocupados. Números de 2023 estão sendo atualizados via Defasômetro.

A situação na região tende a piorar, conforme prevê Jacqueline: “Com base nos números que temos de 2022, já se verifica um quarto do quadro da Polícia Civil da região de Santos em aberto, ou seja, faltam policiais para atender melhor a população, solucionar casos, investigar crimes, fechar o cerco contra o tráfico de drogas - latente na região que, para piorar, ainda tem o maior porto do país (o Porto de Santos), e que vem sendo usado pelo crime organizado para o escoamento de drogas para todo o mundo. Sem investigação, a sensação de impunidade gerada no criminoso estimula a prática de novos delitos”, lamenta a presidente do Sindpesp. 

Terror 

A Baixada Santista vive uma onda de confrontos desde o assassinato do soldado da Polícia Militar (PM) Patrick Bastos Reis durante patrulhamento. Operações policiais já resultaram em 16 mortes e 58 prisões, inclusive de acusados de matar o PM, em Guarujá. Na terça-feira (1º), outros dois policiais foram feridos a bala. O governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) chegou a declarar que a Baixada Santista foi "tomada pelo crime organizado". 

Veja também: Mortes de PMs, tiroteios, operações e pedidos de socorro: Guarujá é barril de pólvora há 2 meses

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!